Capitão Estefan Contreiras foi baleado enquanto chegava no trabalho - Reprodução
Capitão Estefan Contreiras foi baleado enquanto chegava no trabalhoReprodução
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Um capitão da Polícia Militar foi morto a tiros, na manhã desta quinta-feira, na Avenida Geremário Dantas, na altura da Estrada do Capenha no Pechincha, na Zona Oeste da cidade. O oficial, identificado como Stefan Cruz Contreiras, de 36 anos, era lotado no 18º BPM (Jacarepaguá), onde trabalhava como chefe do Serviço Reservado (P2). Segundo o delegado Pedro Pilher, da Delegacia de Homicídios (DH-Capital), ele levou pelo menos 12 tiros. 

"Ele levou tiros em todas as partes do corpo. Ele largou a moto e correu em direção ao poste para se abrigar. Estamos tentando entender se ele teve tempo de reagir ao ataque ou se atiraram nele mesmo sem reação", disse Pilher. Uma pessoa, que preferiu não se identificar, falou com O DIA e disse que o oficial foi executado quando já tinha sido baleado. Segundo ele, após ser atingido e gritar "perdi, perdi", um dos ocupantes da moto desceu e atirou com Contreiras pelo menos outras cinco vezes.

Policial foi morto na Estrada do Capenha, no Pechincha - Severino Silva

Ele estava chegando para trabalhar a bordo de uma moto descaracterizada do batalhão Yamaha 660, quando, por volta das 6h50, foi alvo de criminosos em uma tentativa de assalto. Ele foi baleado durante confronto e morreu no local. Ele é o 43º PM morto no Rio somente este ano. 

Os bandidos, dois de capacete também em uma moto, chegaram na contramão da rua. A DH vai pedir as câmeras da CET-Rio e do posto de gasolina que existe na região. Às 11h46 os agentes concluíram o trabalho de perícia na cena do crime e a via foi liberada.

Por conta da proximidade, várias equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) chegaram rapidamente no local do crime e a via foi interditada ao tráfego de veículos, na altura da Avenida Geremário Dantas. Motoristas devem seguir pela Avenida Geremário Dantas, por onde o tráfego é desviado. 

O capitão estava desde 2002 na corporação e há um mês trabalhava no 18º BPM, vindo do 40º BPM (Campo Grande). Ele foi transferido junto com o tenente-coronel Marcus Netto quando a alta cúpula da Polícia Militar trocou os comandantes dos batalhões do estado. Ele era casado e não tinha filhos. Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento do policial.

Delegacia de Homicídios faz perícia na cena do crime - Severino Silva

Nesta quarta-feira, um sargento da Polícia Militar foi morto dentro do próprio carro no bairro Jardim Imbariê, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com as primeiras informações, bandidos teriam abordado o veículo do PM Luiz Alves de Carvalho Filho e disparado em direção à vítima.

O policial foi atingido perto de casa e morreu no local. Cápsulas de pistola e fuzil foram encontradas dentro do carro. Não há informações de nenhum suspeito foi preso. A Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital) realizou perícia e investiga o caso.

Está difícil viver aqui, diz moradora, aos pratos

Sueli Araujo Ramos, de 57 anos, chorava muito após ver a cena do crime que a acordou por conta dos muitos tiros. Moradora do bairro há 34 anos, a psicóloga se disse assustada com a crescente rotina de violência na região, antes tranquilo.

"Isso aqui era muito tranquilo e hoje acordei com tiroteio na porta de casa. Estávamos acostumados a ver isso em outros bairros, na Cidade de Deus, mas aqui na porta? Não acreditamos que vá acontecer tão perto da gente. Sempre caminhei por aqui, fiz minhas coisas a pé, mas hoje ninguém consegue andar no bairro. Está difícil viver aqui", desabafou. 

A psicóloga Sueli Araujo Ramos chorava muito após ver a cena do crime. Ela mora há 34 anos no bairro - Severino Silva

Sandra Skalitzis, 55 anos, trabalha há três anos como babá em uma casa na Estrada do Capenha e reclama da falta de segurança na via. "Aqui tinha uma faculdade e tinha muito movimento, mas depois que fechou ficou deserta. Sábado levaram um carro com um casal e uma criança dentro e há 15 dias os bandidos passaram enquanto eu estava no ponto e fizeram a limpa. Só não fui assaltada porque corri. Até um caixa eletrônico que tinha na drogaria foi retirado. Não tem policiamento, não tem nada na região", disse.

 

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