Rio - Em meio ao processo de limpeza do Rio Acari, na Zona Norte, a Comlurb descobriu um 'cemitério' de carcaças de veículos. Desde o início do ano, a Fundação Rio-Águas já retirou mais de 7 mil toneladas de material acumulado na calha do rio, entre eles 12 carros, 20 motos e seis caminhões, além de portas e peças de motor. Ontem, foram divulgadas diversas fotos pelo órgão que mostram o resto dos automóveis.
A região de Acari, formada por 25 bairros, tem a maior incidência de roubo de carros da cidade: apenas neste ano foram 1.849 registros, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).
Para o especialista em segurança pública Antonio Royal, as carcaças podem ser fruto de veículos inutilizados jogados no local, ou desmanche de roubo e furto.
"Não se pode partir da premissa de que todos os automóveis são restos inutilizados, cada carcaça pode estar ligada ao crime. A polícia precisa investigar, o problema são os recursos ausentes. Logo, o índice de elucidação dos crimes de roubo de carro são baixos", afirmou Royal.
De acordo com a Polícia Civil, a Comlurb não informou sobre o material encontrado no rio, mas a delegacia da área irá investigar assim que receber oficialmente a informação.
"A investigação para verificar a origem desses veículos não é complicada. O número do chassi pode ser apurado, além de que há outras informações deste número repetidas por várias partes do automóvel", explicou Antonio.
O desassoreamento do Rio Acari começou no início do ano e foi colocado como prioridade pela prefeitura, com o custo total de R$ 1,4 milhões. O objetivo é reduzir o risco de enchentes na região.
*Estagiária sob supervisão de Angélica Fernandes