Viaturas deixam Cidade da Polícia para cumprir mandados - Reprodução TV Globo
Viaturas deixam Cidade da Polícia para cumprir mandadosReprodução TV Globo
Por O Dia

Rio - A Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) e o Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público fazem uma operação para cumprir 27 mandados contra traficantes que atuam em Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Magé e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Catorze pessoas já foram presas. O grupo usa menores para traficar drogas e como braço armado; e pessoas sem antecedentes criminais, principalmente mulheres, no transporte de drogas entre favelas do Rio. A denúncia também apura o roubo de cargas no Rio e na Baixada. 

As investigações tiveram início em 2016, após um adolescente ser apreendido em flagrante quando transportava drogas da Nova Holanda, na Maré, para a Favela da Igrejinha, em São João de Meriti, e para o Morro da Formiga, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Na ação, os policiais apreenderam um telefone celular. Com autorização da Justiça, as linhas telefônicas de pessoas cujos contatos estavam salvos na agenda deste aparelho começaram a ser monitoradas.

A partir de então, as investigações identificaram que diversos destes contatos pertenciam a núcleos criminosos distintos, porém, todos ligados à mesma facção criminosa que controla o tráfico em várias comunidades do Estado do Rio.

Durante um ano de investigações, a polícia constatou que os traficantes dos núcleos de Magé e Duque de Caxias usavam como estratégia a cooptação de menores para vender drogas ou mesmo como “braço armado” do tráfico, enfrentando a polícia em trocas de tiros. Segundo a denúncia, também foi possível constatar que os criminosos faziam uso de pessoas sem anotações criminais, principalmente mulheres, para realizar o transporte de drogas e armas entre favelas da Capital e da Baixada Fluminense. 

Segundo apuração do Ministério Público, as irmãs Brenda e Mônica Herbst Mendonça trabalhavam como funcionárias do tráfico em Magé, na Baixada Fluminense. Brenda, que está grávida e deve dar à luz ainda nesta terça-feira, foi presa na ação e Mônica está foragida.

"Identificamos que a estratégia deles era usar menores tanto para a venda de drogas como para enfrentar a polícia. Os criminosos passaram ainda a cooptar pessoas sem anotações criminais, principalmente mulheres, que serviam para fazer o transporte das drogas e armas entre as comunidades do Rio para a Baixada", afirmou o delegado Felipe Curi, titular da Dcod.

Durante as investigações os agentes identificaram que o bando atuava em dois pontos: o núcleo da Praia de Mauá, em Magé, subordinado ao traficante Charles Jackson Neres Batista, o Charlinho do Lixão, e o núcleo do Complexo da Maré, que agia em parceria com traficantes de Duque de Caxias. Charlinho era responsável pelo tráfico de drogas em Magé e fornecimento de armas e drogas. Já o bando da Maré roubava motocicletas importadas de alto valor comercial.

A investigação também identificou Alexandre Carlos Ferreira do Nascimento Junior, o Mudinho ou MD, Fabrício Henrique Gomes do Nascimento, o Play e Julio Cesar Dias Andrade, o Puff como responsáveis pela morte do atleta de handebol George Felipe da Silva Pereira. O jogador foi assassinado durante uma tentativa de roubo de sua moto, em Duque de Caxias.

"Nós verificamos que esses criminosos agem incentivando o roubo de cargas na Baixada Fluminense. Eles fornecem armas para os ladrões em troca de parte das cargas roubadas", destacou Curi.

Batizada de "Metástase II", a ação contou com apoio de 200 policiais civis de diversas delegacias do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

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