Por ADRIANA CRUZ E MARIA INEZ MAGALHÃES

Rio - A Corregedoria de Polícia Civil prendeu quatro policiais civis e um agente penitenciário, na manhã dessa terça-feira, na segunda fase da Operação Alçapão. Os policiais cumpriram mandados de prisão no Rio, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em Itaboraí, na Região Metropolitana. Os presos respondem à acusação de prática de jogo de bicho, formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro.

Os policiais civis presos são Jorge Gomes Barreira, Jerônimo Pereira Magalhães, Alexandre da Silva Gonçalves e Marcio Coutinho Braga. Eles estavam afastados das ruas, suspensos da função pública por ordem judicial, e não usavam armas. O grupo responde a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) por corrupção passiva na Corregedoria Geral Unificada (CGU). O outro preso é o agente penitenciário aposentado José Carlos Pate dos Santos. 

Os agente penitenciário foi preso em Niterói e as outras prisões aconteceram em Piedade e Guaratiba, no Rio; Itaboraí, Região Metropolitana; e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na operação de hoje, nada foi apreendido com os presos. A corregedoria da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) abriu procedimento para apurar o caso. 

"Em 2011, eles recebiam R$ 10 mil cada um, por mês, para não reprimirem jogo do bicho e máquinas de caça-níquel, principalmente nas áreas de Niterói e São Gonçalo. E o agente penitenciário ainda se passava por policial", explicou o delegado da Corregedoria da Polícia Civil, Glaudstone Galeano Lessa.

Além das prisões, a juíza da 1ª Vara Criminal de Niterói, Daniela Barbosa Assumpção de Souza, decretou a perda da função dos cinco presos e a doação dos R$ 210 mil apreendidos em 2011, em valores corrigidos, à Fundação de Apoio ao Ensino e Pesquisa da Polícia Civil (Faepol) .

Na primeira fase dessa operação, ocorrida em junho de 2011, foram cumpridos 10 mandados de prisão e dezenas de mandados de busca e apreensão conta policiais civis, um advogado e um agente penitenciário. Nessa mesma ação foram cumpridos mandados de busca domiciliar na casa do então presidente da Escola de Samba Unidos do Viradouro, em Niterói, e também do então secretário municipal de Segurança de Niterói e vereador pela cidade. Ambos eram policiais civis à época e atualmente se encontram demitidos dos quadros policiais.

A Operação Alçapão marcou o combate ao jogo do bicho e máquinas caça níquel, combatendo os capos e o topo da pirâmide dessas organizações criminosas e não apenas os anotadores e apostadores do jogo ilegal. Com esse protocolo de investigação policial, novas operações como a Dedo de Deus, Arca de Noé e Black Machine foram deflagradas.

Durante a primeira fase da Alçapão foram apreendidos R$ 210 mil em espécie escondidos dentro de uma mala no topo de uma árvore, veículos de luxo, a exemplo de uma motocicleta modelo BMW, computadores, anotações e contabilidades dos jogos, armas de fogo e munições. Ficou comprovado que agentes policiais recebiam mais de R$ 10 mil para não investigar e reprimir esse tipo de prática.

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