Cartazes pedem que moradores e comerciantes denunciem supostos milicianos na Zona Norte - Reprodução
Cartazes pedem que moradores e comerciantes denunciem supostos milicianos na Zona NorteReprodução
Por Bruna Fantti

Rio - Cartazes pedindo que moradores e comerciantes denunciem supostos milicianos que atuam nos morro do Fubá, Caixa D'água e no Campinho foram colados nesta quinta-feira em postes e muros dos bairros de Piedade e de Quintino, na Zona Norte do Rio. Já em frente à estação de trem de Piedade, uma faixa foi colocada na passarela. Todos possuem a mesma mensagem: "Socorro. Moradores e comerciantes dos bairros Piedade, Quintino, Cascadura e Madureira não aguentam mais ser extorquidos. Milicianos atuam livremente nos morros do Fubá, Campinho e Caixa D’água cobrando taxas de segurança”.

As mensagens também solicitam que denúncias sejam feitas à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), com o número de telefone da unidade.

Ao DIA, um investigador da Draco afirmou que somente um dos homens que aparece no cartaz, Edimilson Gomes Menezes, conhecido como Macaquinho, possui mandado de prisão. E acredita que as faixas possam tanto ter sido colocadas por moradores e comerciantes que são extorquidos ou por quadrilhas rivais.

Um dos rivais dessa milícia é Hélio Albino Filho, chefe da milícia da Chacrinha, na Praça Seca. Ele teria se unido a traficantes e tentaria expandir seus territórios.

"Temos informações que as extorsões chegam a R$ 150 por mês ou R$ 50 por semana, dependendo do estabelecimento comercial. Eles atuam com extorsão a moradores e comerciantes cobrando taxas de segurança , controle da venda de gás, exploração de sinal de TV a cabo", afirmou.

Em uma rede social, uma moradora de Quintino tirou uma foto de um cartaz e postou: "foram colados nessa madrugada".

Em 2015, cartazes semelhantes foram colados pelas ruas dos mesmos bairros. Em 2014, a milícia que atua na região foi alvo da operação Armagedon, da Draco. Na ocasião, a investigação concluiu que os milicianos chegavam a lucrar R$ 2 milhões por mês com a exploração dos serviços. Em coletiva sobre a operação, o delegado Luiz Augusto Braga disse que a milícia era violenta. “Temos muita dificuldade para investigar essa organização criminosa porque eles não deixam testemunhas, matam todas. É um grupo muito cruel”, afirmou na época.

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