Na Tijuca, motoristas enfrentaram longas filas para abastecer em posto de combustível ontem à tarde - Daniel Castelo Branco
Na Tijuca, motoristas enfrentaram longas filas para abastecer em posto de combustível ontem à tardeDaniel Castelo Branco
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Com os combustíveis em falta nos postos do Rio, os motoristas, além de enfrentar fila tiveram, muitas vezes, de encarar preços mais altos, apesar de a Petrobras já ter reduzido os valores nas refinarias desde terça-feira. Caminhoneiros em greve, depois de fechar a Avenida Brasil e a Dutra, bloquearam ontem também a saída das centrais de distribuição de combustíveis da BR e Raízen (distribuidora da Shell), perto da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Rodovia Washington Luís (BR-040). Segundo os revendedores, os caminhões-tanque não estão repondo os estoques dos postos desde segunda-feira. A Polícia Rodoviária Federal informou ontem que vai autuar veículos que interromperem as rodovias federais.

Na semana passada, a pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), 'Sistema de Levamento de Preços', mostrou que o valor mínimo da gasolina nos postos do município do Rio foi R$ 4,29, no Autoposto Leão de Cascadura, na Zona Norte. Ontem, o menor valor encontrado pelo DIA foi de R$ 4,47, no Assaí, em Pilares, também na Zona Norte. No Posto Santa Cruz, na Zona Oeste, o valor era R$ 4,39 até sexta-feira e passou, nesta terça, para R$ 4,59. Ontem, subiu de novo para R$ 4,99. Segundo um funcionário que não quis se identificar, é possível que aumente nos próximos dias.

Na Barra da Tijuca, Madureira, Laranjeiras e Tomás Coelho, onde semana passada variava de R$ 4,49 a R$ 4,88, hoje ficou entre R$ 4,89 e R$ 4,99. Nos bairros de São Cristovão, Lagoa, Flamengo, Botafogo e Leblon, o valor chegou a R$ 5,10.

Segundo a Federação do Comércio de Combustíveis (Fecombustíveis), mais de 50% de postos na zona oeste do Rio já estão sem diesel, em virtude de estarem abastecendo ônibus também. A instituição acrescenta que, caso o protesto prossiga, a partir de hoje, o desabastecimento deverá se agravar vertiginosamente no estado.

Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb-RJ) informou que, se não houver mudanças nas negociações com grevistas que possibilitem o reabastecimento, 80% dos 650 postos de combustíveis do Rio vão ficar até hoje a noite com dificuldade para atender clientes.

O Coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da FGV, André Braz, explica que se o consumidor limitar o uso do carro e deixar de abastecer pode, além de não estourar o orçamento, pressionar postos a não aumentar os preços. "O estabelecimento que aumentou o valor vai ver que a procura vai diminuir. Então será mais jogo continuar com o preço mais baixo, mas com mais demanda", concluiu.

*Estagiárias sob a supervisão da editora Angélica Fernandes.

Voos podem ser cancelados
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A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) alertou, ontem à noite, que a greve dos caminhoneiros deve prejudicar os voos. "Haverá impactos para as operações aéreas nas próximas horas em decorrência da falta de abastecimento de combustível em alguns aeroportos brasileiros. Ainda não é possível contabilizar o número de voos ou rotas impactadas", informou nota da associação.
Já a Infraero anunciou que "está em contato com órgãos públicos relacionados ao setor aéreo para garantir a chegada dos caminhões" aos aeroportos.
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