Rio - Um tiroteio na Urca, Zona Sul do Rio, deixou apavorados moradores e turistas que visitavam o bairro. Numa área de mata, perto do bondinho do Pão de Açúcar, um dos cartões-postais do Brasil, policiais militares e traficantes de drogas trocaram tiros e um militar foi ferido. O intenso confronto interrompeu a circulação do bondinho por cerca de três horas e o Aeroporto Santos Dumont foi fechado por 15 minutos.
Segundo a PM, o Batalhão de Choque (BPChq) iniciou uma operação planejada com base em dados de inteligência, iniciando ação pela mata em direção as comunidades Babilônia e Chapéu-Mangueira. Por volta das 13h, os policiais se depararam com um grupo de bandidos armados e houve confronto na mata. Um policial do BPChq foi ferido nas pernas por estilhaços de granada. Ele foi socorrido por uma embarcação do Comando de Policiamento Ambiental (CPAm) na Urca e encaminhado ao Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), onde está sendo atendido, sem gravidade.
Um criminoso foi preso ao tentar fugir da área de mata em direção a Praia Vermelha. Policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram acionados em apoio à ação. Segundo testemunhas, o confronto se estendeu para a Praia Vermelha e os bandidos tentaram sair por uma mata próxima ao Círculo Militar da Praia Vermelha. Na ação, seis fuzis foram apreendidos. Um vídeo enviado ao WhatsApp do DIA (98762-8248) é possível ouvir os disparos do confronto. Ainda conforme a corporação, a operação continua na região.
Guerra entre comunidades na Zona Sul: traficantes são procurados
O Portal dos Procurados divulgou, nesta sexta-feira, cartaz com recompensa de R$ 1 mil por informações que levem as prisões de Leonardo Serpa de Jesus, o Léo Marrinha, de 41 anos, Leandro Braz Rodrigues, o Léo do Dique, de 38 anos, atualmente no tráfico de drogas na região do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Copacabana, e Paulo Roberto da Silva Taveira, o Cara Preta, de 34, do Chapéu Mangueira, no Leme. Eles seriam os responsáveis pela guerra travada atualmente, nas Comunidades do Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme, Zona Sul do Rio.
De acordo com investigações da Polícia Civil, a guerra entre os dois grupos se acirrou em fevereiro deste ano, quando traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP), comandados por Cara Preta, expandiram seu domínio para a Babilônia, coordenada pelo Comando Vermelho (CV).
Desde agosto, assim que saiu da prisão, Cara Preta tentava controlar o tráfico de drogas nas duas favelas. Dados da inteligência da Polícia Civil apontam que ele só teria conseguido em fevereiro, após conseguir comprar mais armas com assaltos realizados. Desde então, tiroteios são frequentes na região.
Nesta semana, traficantes do CV expulsos da comunidade conseguiram em parte retomar seus pontos de drogas na Babilônia, liderados por Léo Marrinha e Léo do Dique. A tentativa de retomada do CV teria contado com traficantes de todas as comunidades da Zona Sul. Chapéu e Babilônia são as únicas comunidades que são do TCP na região.
Na invasão de terça-feira, o CV teria reunido cerca de 30 homens com fuzis. O Terceiro Comando chegou a pedir reforço de favelas do Centro do Rio, principalmente a do Morro do São Carlos, no Estácio, mas que não chegaram a tempo, pois a PM realizou blitz na região.
Traficantes do Chapéu Mangueira, para não perder seus pontos de drogas, vêm recebendo apoio de bandidos do Complexo da Maré, já que criminosos do São Carlos estão em guerra interna com traficantes do Morro da Coroa.
Contra os responsáveis por essa guerra entre facções, há mandados de prisão expedidos pela Justiça. Leonardo Serpa, o Léo Marrinha, é considerado foragido desde 2016, quando saiu da cadeia no indulto de Natal.
Contra Léo do Dique constam dois mandados, sendo um pela 3ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, expedido em 12/2000 e outro pela VEP – Vara de Execuções Penais, 12/2012, também por ter recebido o mesmo beneficio de Léo Marrinha e ter fugido.
Já contra Cara Preta, constam três mandados pelos crimes de associação para o tráfico, resistência, disparo de arma de fogo e organização criminosa. Ele está foragido desde novembro de 2015.
Quem tiver qualquer informação a respeito localização dos acusados favor denunciar pelos seguintes canais: WhatsApp ou Telegram Portal dos Procurados (21) 98849-6099; pelo facebook/(inbox), endereço: https://www.facebook.com/procurados.org/, pela mesa de atendimento do Disque-Denúncia (21) 2253-1177, ou pelo aplicativo para celular - Disque Denúncia.
O anonimato é garantido. Todas as denúncias sigilosas sobre o caso serão encaminhadas para a 13ª DP (Ipanema).