Na Avenida Brasil, grevistas pararam ônibus na altura de Manguinhos e furaram pneus para impedir prosseguimento da viagem - Tânia Rêgo/Agência Brasil
Na Avenida Brasil, grevistas pararam ônibus na altura de Manguinhos e furaram pneus para impedir prosseguimento da viagemTânia Rêgo/Agência Brasil
Por O Dia

Rio - Em assembleia realizada no Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb) os rodoviários votaram, na noite desta terça-feira, pela não continuidade da greve iniciada nesta segunda e pausada nesta terça. Dessa forma, as linhas de ônibus vão circular normalmente nesta quarta-feira. A categoria fez uma paralisação de um dia e, em pelo menos cinco empresas, os coletivos não saíram das garagens. O Sintraturb anunciou ainda que entrará com uma ação para derrubar a liminar da Rio Ônibus, que proíbe a regulamentação da lei que determina o fim da dupla função.

O presidente da entidade, Sebastião José, disse que o prefeito Marcelo Crivella não assinou a sanção do texto por conta do processo da Rio Ônibus. "Entramos com uma ação no processo da prefeitura como terceiro interessado para tentar derrubar essa liminar e conseguir que a regulamentação seja assinada. Agora vamos impetrar outra ação através do nosso jurídico com a mesma finalidade. O sindicato tem legitimidade para entrar com essa medida", afirmou.

Sebastião considerou que a categoria 'saiu vitoriosa' com a aprovação do aumento de 7% nos salários, reajuste de 50% na cesta básica e implantação da biometria nas empresas. Os rodoviários reivindicavam 10% de aumento.

Greve prejudicou população

A greve de segunda-feira trouxe transtornos à população. Além de falta de ônibus e coação de manifestantes a profissionais que não aderiram à paralisação, veículos foram vandalizados.

Dos 23 mil motoristas e cobradores, cerca de 11 mil de todos os consórcios não trabalharam, segundo o Sintraturb. O órgão informou que cinco empresas que atendem as zonas Norte, Sul e Oeste pararam totalmente: Transportes Paranapuan, Três Amigos, Real Auto Ônibus, Viação Ideal e Transportes Barra. As demais sofreram impacto parcial.

Um dos bairros mais afetados foi a Ilha do Governador, onde circulam 11 linhas da Paranapuan. Vans chegaram a cobrar R$ 8 na região e recusaram o Bilhete Único. A vendedora Maria Antonieta Santos, 50 anos, pega duas conduções para chegar ao trabalho, na Gávea, onde entra às 11h. Ela chegou às 6h ao ponto para não atrasar, mas às 8h ainda esperava pelo ônibus. "Vou voltar para casa", disse. A secretária Alice Fernandes, 55, trabalha na Fiocuz e, às 7h40, já esperava há quase uma hora no ponto, lotado. "Acho difícil eu chegar ao trabalho hoje. Já avisei ao meu chefe que estou há quase uma hora aqui e, caso eu consiga chegar, não sei como voltar", contou, restando 20 minutos para a hora do trabalho.

Na Avenida Santa Cruz, em Bangu, os pontos ainda estavam lotados às 10h, e vans e kombis piratas circulavam sem ser incomodadas. Na Avenida Brasil, um grupo de rodoviários bloqueou parcialmente a pista lateral, na altura de Manguinhos, sentido Centro. Motoristas foram obrigados a parar e ônibus tiveram pneus furados. O Sintraturb se reúne às 19h hoje, quando será apresentado o posicionamento do prefeito sobre a dupla função. Rodoviários de algumas empresas podem manter a paralisação parcial enquanto durar o estado de greve.

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