Manifestação na frente do Ministério Público cobrou respostas sobre assassinato de Marielle, que fez três meses ontem - Estefan Radovicz / Agência O D
Manifestação na frente do Ministério Público cobrou respostas sobre assassinato de Marielle, que fez três meses ontemEstefan Radovicz / Agência O D
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Apassagem de ônibus na cidade do Rio vai aumentar de R$ 3,60 para R$ 3,95 a partir de domingo. O reajuste de R$ 0,35 foi decretado ontem, após acordo entre a prefeitura e Rio Ônibus, sindicato das empresas. Depois da greve dos rodoviários, na segunda-feira, o município decidiu acelerar o início da cobrança, que só valeria dez dias após a retirada dos processos judiciais das empresas de ônibus.

Além do acréscimo no valor da passagem, as partes concordaram em estabelecer a climatização gradual dos 7,2 mil ônibus até 2020. Outros benefícios estabelecidos foram: abertura das contas das empresas de ônibus, atualizadas por relatórios trimestrais (primeiro será publicado 60 dias após aumento prático da tarifa); gratuidade para mães de crianças com microcefalia e doação de R$ 7 milhões pelas empresas para reforma do BRT Transoeste.

A mudança entraria em vigor dez dias após a retirada das ações movida pelos empresários do setor contra a prefeitura, no valor de R$ 180 milhões. Mas a paralisação dos rodoviários pressionou o município a mediar o conflito de interesses e a saída foi acelerar o reajuste.

Em nota, a Prefeitura do Rio justifica o aumento alegando que o "impasse estabelecido entre rodoviários e empresas de ônibus seria capaz de deflagrar uma nova greve, com sérios transtornos à população e prejuízos ainda maiores à economia da cidade".

O Ministério Público do Rio se mantém "frontalmente contra o acordo celebrado". E manifestou que impugnará o decreto caso as ações sejam extintas. Ou seja, a partir de domingo, o órgão deve mover outro processo contra o aumento. O último reajuste tarifário, com aval da prefeitura, foi na gestão de Eduardo Paes, em janeiro de 2016, quando a tarifa foi alterada de R$ 3,40 para R$ 3,80.

Para o professor do Instituto de Economia da UFRJ, Luiz Carlos Prado, "não basta estabelecer aumentos baseados em reajustes programados. O modelo licitatório precisa ser renovado, de modo que aumente a atuação das agências reguladores e estimule a concorrência. Hoje não há uma análise detalhada para montar um modelo de qualidade".

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