Felipe Curi criticou Zaccone em texto no Facebook - Reprodução/ Facebook
Felipe Curi criticou Zaccone em texto no FacebookReprodução/ Facebook
Por O Dia

Rio - A morte do policial civil Ellery de Ramos Lemos, assassinado com tiro na cabeça por traficante de drogas na Favela de Acari na última terça-feira, causou um racha explícito na Polícia Civil do Rio. O crime motivou um desabafo do titular da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), Felipe Curi, que escreveu carta aberta disparando críticas a organizações ligadas a direitos humanos na quarta-feira. Também delegado da Polícia Civil do Rio, Orlando Zaccone, que faz parte do grupo Policiais Antifascismo, questionou duramente as declarações do colega num vídeo postado em suas redes sociais na quinta-feira e em artigo publicado nesta sexta-feira em O DIA, o que provocou uma tréplica igualmente áspera de Curi.

Na quarta-feira, Felipe Curi acusou de hipócritas organizações ligadas a direitos humanos e parte da imprensa:

"Até agora não vi a Anistia Internacional, Comissão de Diretos Humanos da Alerj e outras ONGs aproveitadoras se manifestarem sobre a estúpida morte do Lemos. E não verei. Não se manifestarão publicamente para cobrar empenho e uma rápida elucidação desse crime bárbaro. Talvez porque ele fosse branco, pai de família, policial e não fizesse parte de partidos de esquerda, grupos de minorias e não pertencesse ao patético grupo dos “policiais antifascistas”. Hipócritas! Parte da mídia, também hipócrita, não vai cobrar a solução da sua morte, fazendo uma contagem do tempo, conforme assistimos diariamente há três meses nos noticiários", escreveu Curi.

Zaccone não gostou e retrucou. "Chega a ser patético. Aqueles que executam a política de confronto militarizado nas favelas querem colocar a responsabilidade da morte de um policial, jogado em uma operação de guerra por seus superiores, na conta daqueles que defendem os Direitos Humanos. Hipócritas! Usam o argumento da guerra para justificar as ações letais praticadas contra a população pobre, mas se comportam como pacifistas indignados contra a violência quando a vida de um policial é ceifada. Usam o discurso da guerra para justificar os massacres!", afirmou Zaccone.

O mais recente capítulo da briga entre os delegados veio horas depois, novamente escrito por Curi. Também no Facebook, ele fez dura acusação a Zaccone, usando, inclusive, a função do colega entre aspas:

"'Delegado' Zaccone, hipócrita é você, que quer levar vantagem política na morte de um policial honrado e reconhecido em toda a Polícia Civil, coisa que você nunca foi. Enche a boca pra dizer que é 'delegado', mas nunca foi na essência.Gostaria de saber onde você trabalhou nos últimos tempos, onde foi lotado, qual seu lugar de trabalho efetivamente na Polícia Civil, porque nunca te vi em lugar nenhum. Há quanto tempo você não faz nada na instituição? Qual a sua produtividade? Você foi extremamente maldoso em suas declarações. Infelizmente, os seus eleitores não te conhecem de verdade. Mas a Polícia Civil em peso sabe quem você é", finalizou Curi.

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