Manifestantes fizeram protesto contra mortes de jovens em favelas - Luana Benedito / Agência O Dia
Manifestantes fizeram protesto contra mortes de jovens em favelasLuana Benedito / Agência O Dia
Por O Dia

Rio - Manifestantes se reuniram, no fim da tarde desta quinta-feira, no Centro do Rio, em um protesto contra mortes de jovens negros nas favelas do Rio. Convocado por movimentos sociais e coletivos das comunidades cariocas, o ato intitulado "Vidas nas Favelas Importam" foi motivado pela morte do adolescente Marcos Vinicius, que foi baleado durante uma operação da Polícia Civil com o apoio das Forças Armadas na última semana, no Complexo da Maré, Zona Norte da cidade. 

O menino foi socorrido para Hospital Getúlio Vargas, onde passou por uma cirurgia para retirada do baço, mas não resistiu os ferimentos. Durante a operação outros seis morreram, segundo a Polícia Civil, eles eram envolvidos com o tráfico local. 

"Essa criança só morreu porque nós não discutimos racismo. Eu sou mãe e o uniforme da minha filha poderia estar sujo de sangue. Não vai ser a última criança morta vítima do racismo", disse Tainá de Paula, militante do movimento negro.

Também participaram do evento mães que perderam seus filhos para a violência. "Nós estamos destroçados. Tivemos nossos filhos arrancados, exterminados. Não vamos aceitar que a polícia, que o estado, que o judiciário continue nos matando. A favela quer viver", declarou Ana Paula, mãe de Jonhatan, morto em Manguinhos há 4 anos.

A manifestação também fe críticas à política de segurança no estado. "Em fevereiro deste ano, Michel Temer, um dos chefes da maior facção criminosa do Brasil (PMDB), decretou uma intervenção federal militar no Rio de Janeiro e, apesar de vermos carros do exército em alguns lugares privilegiados da cidade, sabemos onde esta intervenção mostra sua face mais cruel: nas favelas. Na mira dos fuzis o povo negro das favelas e periferias não está seguro, tem suas vidas criminalizadas e colocadas em risco onde quer que esteja, até na escola", diz a descrição do evento.

O ato teve concentração na Cinelândia e seguiu em caminhada pela Avenida Rio Branco até à Igreja da Candelária. O protesto interditou vias do bairro e seguiu pacífico até o término, por volta das 20h.

 

Você pode gostar