Rio - A polícia investiga a participação de Patrícia Silva dos Santos, a Paty Bumbum, no procedimento de Mayara Silva dos Santos, que acabou resultando na sua morte. Presa nesta segunda-feira, ela negou as acusações e disse que é apenas massoterapeuta. As investigações da 42ª DP (Recreio) descobriram que mulheres envolvidas na intervenção da modelo pediram na farmácia remédio para dor depois da vítima passar mal em vez de levá-la para um hospital. Segundo a polícia, um entregador confirmou que levou o analgésico na casa de Horana Hindara Lima Diniz, uma das investigadas.
"Horana também sempre estava presente e no dia da Mayara, ao invés de levá-la para o hospital, a levou para sua casa. Ouvimos um entregador de medicamentos e ele disse que ela pediu Buscopam. Acreditamos que esse remédio foi pedido para conter a dor de Mayara e não levá-la para o hospital", disse o delegado Eduardo Freitas, titular da 42ª DP. Segundo testemunhas, a modelo "se contorcia de dor".
Valéria dos Santos Reis, de 54 anos, Thaíza Pimentel Esteves, Márcia Pimentel Esteves, e Horana Hindara foram indiciadas por organização criminosa e homicídio qualificado pela morte de Mayara. De acordo com as investigações, todas estavam no Hotel Ramada Recreio no momento do procedimento e, após ela passar mal, a retiraram do local. Patrícia Silva dos Santos, a Paty Bumbum, presa na manhã desta segunda-feira, também é investigada pelos crimes. Ela nega as acusações, assim como qualquer sociedade com Valéria, e disse que é somente massoterapeuta.
A 42ª DP também descobriu que Thaíza fez 37 registros de hospedagem no Hotel Ramada Recreio, que fica ao lado da delegacia. Todas as estadias eram pagas por Valéria. Em conversa com camareiros e funcionários do hotel, eles disseram que a Márcia sempre estava presente e uma maca sempre ficava no estabelecimento, mas foi retirada após o caso de Mayara.
Segundo as investigações, Márcia e Thaíza, mãe e filha, auxiliavam Valéria. Na casa de Márcia foi encontrado um carimbo de cirurgiã-dentista que, segundo a polícia, é falso, já que ela não tem formação para usá-lo e pode ser indiciada também por falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão. Já a filha é formada em odontologia e seria a responsável por comprar os medicamentos usados nos procedimentos.
A mãe a filha auxiliavam a valéria. de um ano para cá, até a morte de Mayara, verificamos em um hotel na Zona Oeste 37 registros de hospedagem em nome da Taiza, pagos pela Valéria. Em conversa com camareiros e funcionários do hotel, eles disseram que a Márcia sempre estava presente. uma maca sempre ficava no hotel.
Na casa de Valéria foram encontradas munições calibre 22, enquanto na de Paty Bumbum a polícia voltou a encontrar material usado nos procedimentos, colo silicone industrial. Ela alega que seria para usar em um veículo, mas, segundo o delegado, "é estranho dizer isso porque ela não tem carro."
Além de Valéria, Thaíza e Márcia estão foragidas. Os advogados das procuradas estão cientes e, segundo a polícia, elas podem se entregar a qualquer momento. Equipes ainda estão nas ruas à procura das foragidas. Procurado, O Hotel Ramada Recreio ainda não se posicionou sobre o assunto.
'Ela estava no hotel para fazer um procedimento estético, assim como Mayara', diz defesa de Horana
Daniele Freitas, advogada de Horana disse que sua cliente não conhece Patrícia e nem Valéria. Segundo a defensora, sua cliente estaria no hotel para fazer um procedimento estético, assim como Mayara.
“Pelo depoimento das testemunhas, a Horana não estava fazendo procedimento. Isso mostra nas filmagens. Ela só aparece nas imagens ajudando a Mayara. Ela estava lá (no hotel) para passar por um procedimento de drenagem linfática e ela não sabia que a Mayara passou pelo procedimento. Naquela ocasião, ela só ofereceu uma ajuda após a Mayara dizer que estava sentindo falta de ar”.
Segundo Renata, Horana não sabia que tipo de procedimento era feito nas clientes e muito menos nela própria. “Ela não sabia o que a Valéria usava”, afirmou. “Minha cliente só está sendo investigada porque estava no hotel e ajudou a Mayara”, completou a advogada.
No entanto, não é isso que a Polícia Civil diz. Segundo os investigadores, Horana faz parte de uma organização criminosa “que não se importa com a vida dos pacientes, mas sim em obter lucros”.
Sobre a ida de Mayara para a casa de Horana, Daniele Freitas disse que o pedido teria partido da própria vítima.
“Quando ela passou mal, a Horana só seguiu um pedido. Por elas se conhecerem de vista, de Copacabana, a Mayara pediu que ela fosse para a casa da Horana”, afirma Freitas. Sobre o remédio que Horana pediu para Mayara, a advogada disse que o medicamento foi usado na mãe de Horana.