Rio - Uma explosão em um laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na manhã desta quarta-feira, assustou alunos e funcionários da instituição na Ilha da Fundão, na Zona Norte do Rio. A estudante Isabela da Rocha Silva e os técnicos Oswaldo Pires Filho e Nelson Souza Aguiar ficaram feridos no acidente. Eles foram levados para o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, que fica no mesmo campus.
De acordo com a Instituição, a aluna do doutorado de Metalurgia, Isabela Silva, sofreu queimaduras químicas de 1º e 2º graus no rosto, no peito e ombro. Ela segue internada para passar por avaliação das equipes de oftalmologia e cirurgia plástica do Hospital Universitário. Já o técnico Oswaldo Filho sofreu ferimento no pescoço e passa por cirurgia; enquanto Nelson Aguiar sofreu ferimento na perna por estilhaços, recebeu atendimento e já foi liberado.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a corporação disse que foi acionada para a explosão que aconteceu no segundo andar do prédio de Metalurgia da Coppe, localizado no Bloco F, por volta das 10h30. O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) é o maior centro de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina.
O diretor administrativo administrativo da Coppe, Ericksson Almendra, diz que coordenou o atendimento das vítimas. "Como foi a explosão, será o objeto da uma investigação. A universidade tem uma equipe que já começou a trabalhar para saber qual foi a mecânica que levou a explosão. Agora, eu não tenho como afirmar isso", comenta.
"A nossa preocupação é com a aluna Isabela que sofreou um corte no rosto, no pescoço e nas mãos. Cortes esses acompanhados por queimaduras. Ela foi prontamente atendida, pois nós temos uma brigada de atendimento", revela Ericksson. "No momento da explosão, estava sendo utilizado ácido nítrico. Ela mesma disse que foi queimada por esse produto", completa.
De acordo com o diretor da Coppe, o caso aconteceu na sala de polimento de amostras. "Ali, existem equipamentos e produtos que não tem risco algum (para as pessoas) em relação ao ácido. Provavelmente, o acidente se deu nessa área por algum tipo de manipulação de ácido", acredita. "Explosões não são comuns. Há mais de 25 anos aqui no departamento aconteceu algo parecido. Nesta explosão eu não sei a causa. Mas pelo jeito, foi apenas deslocamento de ar. Não houve explosão com chamas."
"Aqui tem um dispositivo de segurança, chamado de 'capela', que existe no laboratório para manipular subsistências que soltam gases. Então, para evitar que a pessoa respire, a 'capela' suga esse ar. É como se fosse uma coifa de fogão. É um local onde a manipulação é feita dentro e a pessoa não tem contato. Provavelmente, o acidente aconteceu perto de uma dessas capelas, já que o Nelson foi atingido quando colhia amostras por cacos de vidro", explica Ericksson.
O diretor conta que que o primeiro carro do Corpo do Bombeiros demorou 30 minutos pra chegar. "Poderia ter sido mais rápido. Os nossos brigadistas chegaram em 5 minutos", conclui.
Alunos relatam correria no Bloco F
Um aluno de Engenharia Naval, que pediu para não ser identificado, conta que foi um momento de terror, pânico e correria. “Foi por volta de 10h30. Foi um barulho muito forte, logo em seguida uma menina começou a gritar pedindo socorro e depois uma correia generalizada. Essa aluna machucada dizia que havia tido um acidente aqui”, lembra. O aluno disse não entender o motivo da explosão, já que a estrutura do local “é boa”.
Pedro Paracampos, estudante de Engenharia de Produção, diz que estava no primeiro andar quando houve a explosão. “Estávamos em aula e escutamos umas pessoas falarem alto e pedindo ajuda. Até aí, tudo bem. Não entendemos o que havia acontecido. Logo em seguida os colegas começaram a conversar no grupo do WhatsApp dizendo sobre uma explosão. Saímos da aula, por volta das 10h55 e já vimos que o segundo andar estava com muitos bombeiros. Tudo aconteceu bem perto da gente”, lembra o universitário.
Em nota, a UFRJ informou que o gabinete da Reitoria foi avisado da ocorrência de uma explosão no Laboratório de Práticas de Metalografia do Centro de Tecnologia, na Cidade Universitária, por conta de um incidente durante a realização de um experimento.
"O incidente ocorreu por volta das 9h45 da manhã e deixou três feridos. Os bombeiros foram imediatamente chamados e prestaram os primeiros socorros às vítimas. Duas delas deram entrada com ferimentos leves no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Todos estão sob cuidados e encontram-se fora de risco. A universidade está prestando todo o suporte às vítimas", disse a instituição no texto.
