A professora Ana Laura resolveu se antecipar e levou ontem o filho Henrique, de 3 anos, para se vacinar. Ao lado, o casal Alexandre e Débora Pereira, com a filha Lícia, fez o mesmo - Alexandre Brum
A professora Ana Laura resolveu se antecipar e levou ontem o filho Henrique, de 3 anos, para se vacinar. Ao lado, o casal Alexandre e Débora Pereira, com a filha Lícia, fez o mesmoAlexandre Brum
Por WILSON AQUINO

Para o músico Evandro Alves, 31 anos, a saúde da Cecília, de 11 meses, vem em primeiro lugar. Tão logo começou a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo, ele levou a filhinha para tomar a vacina. E já que estava lá, aproveitou também para se vacinar, mas contra o sarampo. "Eu me protegendo evito propagar o vírus para outras pessoas", justifica. Tal atitude, por sinal, deveria ser seguida por todos. Isso porque balanço do Ministério da Saúde aponta que no Estado do Rio somente 6,77% do público-alvo foi vacinado contra a pólio e 8,56% foi imunizado contra o sarampo.

Para reverter a baixa procura pelas duas vacinas, acontece hoje o Dia D da Campanha Nacional de Vacinação. O objetivo é evitar que a poliomielite e o sarampo, doenças até então erradicadas do Brasil, voltem com força, trazendo sofrimento e mortes.

"A vacinação é importante porque ela não beneficia somente o imunizado", explica a virologista Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). "Com todo mundo vacinado, evita-se que o vírus circule", reforça a vice-diretora de qualidade da Fiocruz, Rosane Cuber, salientando que "o sarampo se dissemina pela de gotícula de saliva e é altamente transmissível".

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os postos de todos os municípios estarão abertos ao longo do dia. Foram distribuídas às prefeituras um milhão de doses de vacinas contra o sarampo e contra a poliomielite. Expectativa é imunizar cerca de 812 mil crianças.

A secretaria garante que somente na capital serão mais de 500 postos de vacinação, nas unidades de Atenção Primária ou em locais como escolas, igrejas e associações de moradores. A meta é imunizar 95% da população-alvo, o que representa 285,5 mil crianças.

Conforme a virologista Marilda Siqueira, "a recomendação número um é que todos os responsáveis verifiquem a caderneta de vacinação de seus filhos e os levem para tomar a dose ou as doses que faltam. Caso os pais não tenham se vacinado anteriormente contra o sarampo, por exemplo, devem se imunizar", orienta.

As crianças que não tomaram nenhuma dose receberão a vacina VIP. Os menores de cinco anos que já ganharam uma ou mais doses da vacina, receberão a famosa gotinha. Sobre o sarampo, todas as crianças receberão a Tríplice Viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos trinta dias. A campanha vai até 31 de agosto.

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