Familiares da vereadora Mariele se encontam com o chefe de policia do Rio - Marcio Mercante / Agencia O Dia
Familiares da vereadora Mariele se encontam com o chefe de policia do RioMarcio Mercante / Agencia O Dia
Por GUSTAVO RIBEIRO

Rio - Parentes da vereadora Marielle Franco e representantes da Anistia Internacional se reuniram com o secretário de Segurança Pública do Rio, general Richard Nunes, no fim da tarde desta segunda-feira. Após o encontro, que durou cerca de 1 hora, a diretora-executiva da Anistia no Brasil, Jurema Werneck, afirmou que o secretário apoiou a criação, proposta pela instituição, de um grupo independente formado por juristas e peritos sem vínculo com o Estado para se somar às investigações oficiais.

"Uma notícia boa foi em resposta a uma reivindicação da Anistia Internacional de haver um mecanismo independente de acompanhamento das investigações. O general disse que apoia a nossa proposta, está aberto a dar espaço a uma comissão independente formada por peritos, por juristas, por pessoas imparciais e sem vínculo com o Estado. Ele disse que esse pode ser um bom mecanismo para se juntar ao processo que está acontecendo", disse Jurema.

Segundo ela, Nunes também garantiu que as investigações não serão afetadas durante o processo eleitoral e não serão negligenciadas. "A boa notícia é esta. O general reiterou o compromisso da Segurança Pública, o seu compromisso pessoal e de sua equipe, com as investigações até o fim, de levar os mandantes, os responsáveis, não apenas os executores, à Justiça. Ele reiterou também a sua solidariedade à família", informou a representante da Anistia no Brasil.

A irmã de Marielle, Anielle Silva, ressaltou que refez o pedido de medidas cautelares para garantir a proteção dela e da viúva da vereadora, Mônica Benício. Elas vêm relatando ameaças sofridas nas redes sociais e nas ruas, mas estão até hoje sem qualquer proteção. "Eles vão tomar medidas. Vai ser anunciado ainda. Ele falou que é dever do Estado. Nós reiterados hoje o pedido e a gente vai ter alguma resposta em breve", comentou Anielle.

"Na verdade, são discursos de ódio. A gente passa na rua, alguém fala alguma coisa, alguém segue. Não temos nada como 'Alguém colocou uma arma...'. Não foi isso. Mas são vários discursos tanto nas redes sociais quanto presenciais contra a gente desde que a gente tomou esse papel". Anielle e Jurema ressaltaram a importância de que as investigações sejam mantidas sob sigilo e sem vazamento de informações para que não sejam prejudicadas. 

Na reunião, também foi mencionada a futura participação do Gaeco, do Ministério Público, nas investigações. Além disso, o secretário de Segurança explicou, segundo Jurema Werneck, que a colaboração da Polícia Federal sempre foi bem recebida, mas que confia na capacidade do estado em solucionar o crime. 

O secretário Richard Nunes foi até o saguão do prédio do CICC se despedir da família de Marielle, mas, chamado pelos jornalistas, não quis dar declaração. Os pais de Marielle também estavam presentes na reunião, mas não falaram com a imprensa.

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