Criado para encorajar as mulheres que adoram dançar a dois e que frequentam casas de samba e de outros ritmos dançantes no Rio, o Projeto Baila-te! - Divulgação/ Baila-te!
Criado para encorajar as mulheres que adoram dançar a dois e que frequentam casas de samba e de outros ritmos dançantes no Rio, o Projeto Baila-te!Divulgação/ Baila-te!
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Cansada de levar 'chá de cadeira' nas baladas do Rio, a dançarina Gabriela Allegro decidiu unir o útil ao agradável. Se casou com o também dançarino Marinho Braz e com ele acabou de lançar o Projeto Baila-te! na noite carioca. O objetivo, segundo ela, é encorajar as mulheres que adoram dançar a dois, em diferentes tipos de ritmos, do samba à lambada, passando pelo tango, gafieira e forró, por exemplo, mas que, muitas vezes, não são convidadas pelos parceiros ou outros frequentadores.

"É só correr os olhos nos salões. As mulheres estão invariavelmente muito dispostas a dançar, mas nem sempre são chamadas para a pista. É aí que entra o Baila-te!", destaca Gabriela. O projeto amplia o antigo baile-ficha, hoje restrito a festas particulares e somente à dança de salão. "Dançamos qualquer ritmo e passamos segurança. As mulheres se queixam que boa parte dos homens quer é 'pegação' e não dançar, na verdade. Colocamos fim nos assédios indevidos", explica Marinho.

A iniciativa oferece cavalheiros, com mais de 20 anos de experiência em dança, que circulam pelos salões e mesas de casas noturnas. "Nas mesas há um cartão com duas cores, que sinalizam se a mulher quer dançar ou não naquele determinado momento. Quem está em pé, por não ter conseguido vagas em mesas, também pode manifestar sua vontade, através de discreta etiqueta na roupa. Podem dançar quantas vezes quiserem", detalha Gabriela.

O projeto já foi abraçado por casas renomadas, como a Rio Scenarium (às quartas-feiras); Carioca da Gema (às quintas-feiras); e Trapiche Gamboa (às sexta-feiras), entre 20h30 e meia-noite. Cada dança vale uma ficha, vendida a R$ 5. "A ideia deu tão certo que os homens também passaram a pedir damas para dançar. Já estamos providenciando um grupo feminino", adianta Gabriela.

A dançarina conta que a primeira equipe é formada por dez dançarinos, "escolhidos a dedo". "Eles são proibidos de 'ficar' ou 'sair' com as clientes dos estabelecimentos e preparados psicologicamente para vencerem a tentações de convites mais, digamos, assanhadinhos, durante a dança", ressalta Marinho. Para a secretária Mariângela Luz, 35 anos, o Baila-te! trouxe mais segurança. "Os dançarinos são educados, respeitosos, extremamente profissionais, que se concentram na dança e não nos dão cantadas ou ficam de papo furado", atesta.

O projeto também agrada maridos ou namorados. Josinaldo Pires, 52 anos, garante que não se importa de pagar para a esposa, Laíse Pires Lima, 50, dançar. "Além de não saber, tenho uma atrofia muscular que limita o movimento da minha perna direita. Prefiro ficar batendo papo com amigos e tomando minha cervejinha", justifica. "Eu sempre adorei dançar. Saio até com a alma mais leve e bem-humorada", brinca Laíse, que disse ter gastado R$ 50 na última quinta-feira, no Carioca da Gema.

Outra alternativa que está bombando no Rio é a contratação de personal dancer. "O aluguel de um profissional desse tipo custa entre R$ 100 e R$ 300, fora as despesas com transporte, ingresso e consumo de bebidas e alimentação nos clubes, boates e restaurantes. O dançarino já sai de casa com a dama", detalha Marinho Braz. Cabe ao personal dancer ajudar a mulher até mesmo a escolher a roupa que vai sair, o local onde há boa música e onde fazer aulas particulares.

"Não são poucas as damas que se sentem empolgadas e, fora da casa noturna, querem se dedicar mais ao aprendizado de giros, tiradas de pernas e movimentos corporais para fazerem ainda mais bonito no salão", justifica Marinho. "Decidi esticar minhas noitadas para a academia de dança. São vários benefícios para a mente e corpo", revela a publicitária Letícia Benellato, 29 anos. A programação é atualizada no site www.bailate.com.br.

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