Fliperamas, febres nas décadas de 70 e 80, ainda mantêm legião de fãs de várias gerações. no Rio. Na Capital, o clube mais antigo antigos, o Pinball Rio Club, em Ramos, completou 15 anos de existência - Divulgação
Fliperamas, febres nas décadas de 70 e 80, ainda mantêm legião de fãs de várias gerações. no Rio. Na Capital, o clube mais antigo antigos, o Pinball Rio Club, em Ramos, completou 15 anos de existênciaDivulgação
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Febre entre as décadas de 1970 e 1990, e hoje praticamente extintos em áreas públicas, os pinballs, popularmente fliperamas ou flippers, resistem ao tempo no estado do Rio, graças aos poucos clubes de gênero que ainda restam. Os dois principais - Rio Pinball Clube, na Rua Uranos, em Ramos, e o Imperial Pinball Clube, em Petrópolis, são considerados os últimos 'santuários' de equipamentos originais, com mais de 300 relíquias.

Para não deixar a paixão por jogos analógicos morrer sufocada pela parafernália digital, os aficionados recuperam máquinas sucateadas; planejam campeonatos externos e até abrem as portas ao público.

Nos clubes, verdadeiras fortalezas, protegidas por alarmes, seguranças e câmeras, estão raridades que podem valer muito no meio de colecionadores. Os acervos são avaliados, sobretudo, pela conservação e designs projetados em antigos filmes e seriados de TV.

"Mas não nos interessa vender, e, sim,preservar esse patrimônio cultural", diz o especialista em marketing, Mário Canongia, um dos sócios-fundadores, há 15 anos, do Rio Pinball, que não está aberto a novos sócios. No dia 6 de outubro, porém, o espaço abrirá as portas ao público, como faz periodicamente, mediante taxa de R$ 60 (detalhes no Facebook do grupo). Ano que vem, o clube, que tem ranking interno, almeja o Campeonato Brasileiro de Pinball. Entre as máquinas preferidas estão as clássicas "Cavaleiro Negro" e "Sure Shot", entre outros pinballs da Taito.

O engenheiro João Pedras, 45, ama tanto o hobby, que tornou-se, uma espécie de caçador de máquinas antigas. "Acredito que tenha salvado umas 40 do lixo, em galinheiros, casas abandonadas e fundos de bares e quintais", orgulha-se.

Os próprios associados consertam as máquinas, "na base da curiosidade". Como o engenheiro João Carneiro, 48, que virou técnico do Imperial. E ensina o filho, Walker, 13."Trabalho como um adolescente apaixonado", exagera. Ricardo Hoelz, também do Imperial, atenta para a aceitação de novos sócios, por R$ 100 mensais. "Nos reunimos às quintas-feiras. Os não sócios pagam R$ 20 por hora para jogar".

O empresário Claudio Antoun, 60, tem até uma máquina em casa. "Para transmitir o encanto aos meus filhos e sobrinhos", justifica. O publicitário Roberto Cunha, 54, joga desde criança. "O pinball tem a capacidade de transcender ao tempo, por conta dos desafios dos jogos, da superação de missões. Hoje, nosso barato é bater recordes internos", diz.

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