Tia do menor se desespera ao saber da morte - Severino Silva/agência o dia
Tia do menor se desespera ao saber da morteSeverino Silva/agência o dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Um adolescente de 17 anos foi morto dentro de trem da SuperVia, na manhã desta quarta-feira, após participar de arrastão e ser surpreendido por um agente da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) armado. A tia do menor, Denise Maria Rodrigues, conversou com a reportagem do DIA e contou que os familiares sabiam que o adolescente cometia crimes e pediam, constantemente, para que ele mudasse de vida. De acordo com ela, o rapaz continuava assaltando por influência de amigos. 

"A gente implorava sempre pra ele sair dessa vida, mas ele nunca obedecia. Ele continuava assaltando por influência dos amigos. Hoje de manhã ele saiu de casa e avisou que ia assaltar", conta a tia, que é camelô na Central do Brasil, local onde a composição ficou estacionada para a realização da perícia. 

"Eu sou conhecida aqui na área, foram os guardas [da SuperVia] que me avisaram que meu sobrinho tinha morrido. Ele é conhecido aqui também porque sempre assaltava na região", disse. 

Segundo ela, o adolescente faria aniversário nesta sexta-feira e é o filho caçula de quatro irmãos. Sua mãe é empregada doméstica e trabalha na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. "A mãe dele ainda não sabe do que aconteceu", disse abalada. 

Jovem de 17 anos continuava praticando crimes por influência de amigos - Severino Silva

A insegurança nas plataformas é uma reclamação constante dos passageiros da SuperVia. Fabiana de Melo, uma secretária de 48 anos, conta que evita pegar o trem em determinados horários por conta do perigo: 

"O trem em determinados horários é seguro. Mas em outros eu evito porque moradores de rua entram no trem pra assaltar, tem arrastão, vandalismo, correria, principalmente em algumas plataformas", desabafa. 

Em nota, a SuperVia reforçou que a segurança pública é uma atribuição do Governo do Estado, que atua nos trens e estações por meio dos seus grupamentos militares. A concessionária ainda lamentou que "a insegurança que atinge todo o estado seja também observada no sistema ferroviário, do qual dependem milhares de passageiros".

 
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