Vagão envolvido na ocorrência tem marcas de tiros no pára-brisas da composição - Jornal O DIA
Vagão envolvido na ocorrência tem marcas de tiros no pára-brisas da composiçãoJornal O DIA
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Um tentativa de assalto dentro de um trem da SuperVia, às 5h desta quarta-feira, acabou um com ladrão morto. O caso aconteceu em um vagão na estação São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. Na ocasião, um adolescente anunciou o assalto, enquanto outros dois agiam em outros vagões, e um agente da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), que estava armado, reagiu. O menor foi morto e um passageiro, identificado como João Nunes, de 64 anos, acabou ferido por estilhaços. 

As informações iniciais indicavam que se tratava de um policial civil armado dentro do trem. No entanto, a reportagem do jornal O DIA apurou no local que, na verdade, se tratava de um agente da Seap. Ele ainda não foi identificado. 

O agente da Seap conversou com a PM e informou que os três criminosos estavam realizando um arrastão em vagões diferentes. O criminoso morto foi baleado pelo agente após anunciar o assalto e virar de costas. Os outros dois suspeitos escutaram o disparo e apertaram o botão do pânico, que fez com que o trem parasse imediatamente e as portas se abrissem. Como a composição já estava próxima da estação de São Cristóvão, eles acabaram conseguindo fugir. 

A Seap informou em nota que o agente envolvido é um inspetor de segurança e administração penitenciária, lotado no Presídio Milton Dias Moreira, em Japeri, e estava retornando do plantão no momento da ocorrência. Ele não foi ferido e passa bem. A Secretaria ainda ressalta que a polícia foi acionada para registro do caso e que a Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário também acompanha o caso.

De acordo com os Bombeiros, o quartel de Benfica realizou o atendimento no local, onde já encontraram o suspeito morto. O passageiro ferido recusou atendimento médico e está no local, junto com a Seap, para acompanhar a perícia. Investigadores da Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca chegaram ao local às 9h. Três horas depois da morte do suspeito.

No trem em que aconteceu o arrastão, e que um suspeito foi morto, a reportagem do jornal O DIA contou dezenas de marcas de pedradas e de tiros no pára-brisas da composição. “Isso mostra a realidade da violência, no Rio, que a população tem que enfrentar diariamente”, disse Cláudia Maria de Souza, 49, empregada doméstica.

Segundo a SuperVia, o trem seguia para o ramal de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, e está parado na plataforma central na Central do Brasil para a realização da perícia. A Polícia Militar e agentes da SuperVia estão no local com o corpo. O funcionamento dos trens, na manhã desta quarta-feira, segue normal, apesar da ocorrência. 

"Até o momento, a circulação dos trens não foi afetada pela ocorrência. Os intervalos e horários das partidas foram mantidos em todos os ramais", informou a SuperVia por volta das 6h30.

Manoel da Conceição Dias, um pintor de 40 anos, que estava no trem no momento da ocorrência, classifica o acontecimento como absurdo e se preocupa com a violência no Rio: 

"É um absurdo a violência no Rio. Já fui assaltado duas vezes, em uma delas levaram tudo o que eu tinha, até as minhas ferramentas de pintura", conta. "Não se resolve violência com violência como aconteceu hoje", ressalta. 

"A intervenção não está resolvendo nada. Nós não conseguimos ter uma sensação de segurança, eu não consigo ver uma redução dos crimes no Rio", desabafa. 

 

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