Brasília - O ministro da Educação, Rossieli Soares, disse nesta segunda-feira que oferecerá apoio ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. O ministro informou que se reunirá nesta tarde com autoridades, além da Polícia Federal e Corpo de Bombeiros, para entender o que causou o incêndio. “Estamos apoiando e daremos apoio a todas as autoridades para entender o que deu causa ao incêndio”, disse antes do início de coletiva de imprensa convocada para a divulgação de índice de qualidade da educação.
“O MEC, assim como todo país, todo o mundo, e especialmente a população do Rio de Janeiro, estamos todos muito abalados com o incidente de ontem à noite”, disse. Segundo o ministro, o relator da lei orçamentária, senador Dalirio Beber (PSDB-SC), colocou-se à disposição para apoiar, no Congresso, que se encontre “o melhor caminho para essa instituição, que é tão importante para o Brasil e para a nossa história”.
O Museu Nacional fica na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. O incêndio começou neste domingo e foi controlado apenas nesta segunda por volta das 3h.
Nesta tarde, Rossieli Soares e o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, reúnem-se com o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher. O reitor disse mais cedo que cobrará do governo federal empenho para reconstruir o prédio e o acervo da instituição, que tem a maior coleção da América Latina.
O ministro e o reitor irão ao museu para verificar as condições das instalações e analisar a proporção dos danos causados ao acervo da instituição. O MEC informou que à tarde o governo vai detalhar as medidas de apoio que serão tomadas para a recuperação desse patrimônio histórico.
O Museu Nacional é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem perfil acadêmico e científico. Segundo Leher, o museu sofreu com cortes no orçamento porque a universidade está sob restrição orçamentária, assim como outras universidades públicas brasileiras.
Em nota, nesta segunda-feira, Rossieli Soares afirmou que não serão medidos esforços para auxiliar a UFRJ a recuperar o patrimônio atingido pelo incêndio
Acervo
O museu é a mais antiga instituição histórica do país, fundado por dom João VI, em 1818. Tem nota elevada nos institutos de pesquisa por reunir peças raras, como esqueletos de animais pré-históricos e múmias.
O Museu Nacional do Rio reunia um acervo de mais de 20 milhões de itens dos mais variados temas, coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia. No local, estava a maior coleção de múmias egípcias das Américas.
No local, também estava Luzia, o mais antigo fóssil humano encontrado nas Américas, que remete a 12 mil anos, e representa uma jovem de 20 a 24 anos. No museu, havia ainda o esqueleto do Maxakalisaurus topai, maior dinossauro encontrado no Brasil.
História
O local foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O Museu Nacional do Rio oferece cursos de extensão e pós-graduação em várias áreas de conhecimento. Para esta semana, era esperado um debate sobre a independência do país. No próximo mês, estava previsto o IV Simpósio Brasileiro de Paleontoinvertebrados.