Local onde teria começado o incêndio, no segundo andar, segundo a direção do Museu Nacional - Agência O Dia
Local onde teria começado o incêndio, no segundo andar, segundo a direção do Museu NacionalAgência O Dia
Por O Dia

Rio - O Palácio do Planalto anunciou na tarde desta segunda-feira a criação de uma rede de apoio econômico para viabilizar a reconstrução do Museu Nacional, destruído em um incêndio neste domingo.

Em nota, o governo informa que a rede será formada por entidades financeiras e empresas públicas e privadas.

Compõem inicialmente essa parceria em prol da memória nacional a Febraban, Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Vale e Petrobras.

De acordo com o governo, outros parceiros podem se juntar à rede no futuro.

A nota diz ainda que os ministérios da Educação e Cultura avaliam como as empresas poderão se associar na reconstrução do edifício do museu e na recomposição do acervo que foi perdido. Uma das alternativas será usar a Lei Rouanet.

Diretor do Museu Nacional responsabiliza Planalto

Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, e Luís Fernando Dias Duarte, diretor adjunto do local, mostraram indignação ao visitarem o que restou da construção na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, nesta segunda-feira. "A culpa disso tudo é a inércia do governo federal. É uma covardia essa irresponsabilidade", afirma Alexander.

O incêndio atingiu o Museu Nacional na noite deste domingo, por volta das 19h30. O fogo foi controlado pelas equipes do Corpo de Bombeiros nesta madrugada, por volta das 3h.

"Isso é um absurdo. Dom pedro nasceu aqui, ele foi nosso benfeitor científico. Temos que repensar o que queremos para nossa a história. Agora não queremos, exigimos as verbas emergenciais para alugar contêineres para que as aulas, as atividades e a administração não sejam prejudicadas. Exigimos o terreno ao lado para a construção. Queremos a avaliação da estrutura e o que os governos coloquem verbas nos museus do país. Isso não é um pedido, é uma exigência", diz o diretor.

De acordo com os diretores, há anos o Museu Nacional pleiteia um terreno para a instalação do administrativo da instituição. "No projeto, iríamos construir anexos para tirar os alunos do prédio e deixar aqui só o museu. Nós tínhamos a construção de um anexo para tirar soluções líquidas daqui", conta Luís Fernando Dias Duarte.

Segundo Kellner, desde fevereiro eram realizados cursos de prevenção e combate a incêndio. "Nós demos condições para que esses alunos e professores soubessem lidar com o incêndio, no entanto, isso aconteceu à noite. Desde fevereiro estamos fazendo curso. É um absurdo por que não tinha água nos hidrantes?", indaga.

"Nós tínhamos aqui um sistema anti-incêndio, mas parou porque não tínhamos dinheiro para manter. É uma tragédia anunciada, que tentamos evitar", completa o diretor adjunto.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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