Rio - O riquíssimo acervo do Museu Nacional era usado por muitos pesquisadores, tantos externos quantos alunos de cursos pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mesmo com grande parte dos estudos salvos na nuvem (servidores de armazenamento de arquivos), existe uma preocupação com o que possa não ter sido retirado de computadores que estavam no prédio na hora do incêndio e não foram feitos backup pelos estudiosos. Outra preocupação é com prazos dados por agências de fomento que patrocinam os trabalhos.
"As pesquisas, na grande maioria, estão todas em backup ou nas nuvens, mas é claro que um ou outro pesquisador pode ter deixado o seu trabalho no computador. Isso pode ter sido perdido. Nós temos um servidor que não foi atingido e nele estão todos os materiais", disse a vice-diretora do Museu Nacional, Cristiana Serejo.
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Segundo Serejo, equipes estão se reorganizando no prédio do Horto Botânico, anexo ao museu, para que sejam recomeçadas as aulas de pós-graduação ainda na semana que vem e as pesquisas voltem a acontecer. Também serão solicitadas as prorrogações de prazos junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que apoiam pesquisas.
"Nosso maior medo são com as agências de fomento do governo, como Capes e CNPq, que vamos conversar para ver se a gente pode aumentar os prazos para os alunos (alguns perderam material de pesquisa). Isso tudo é importante e vai ser discutido com os coordenadores de pós. A Sociedade Brasileira de Zoologia se mostrou solidária e vai enviar material para esses alunos", falou Serejo.