Corpo de Mr. Catra é velado no Teatro João Caetano, no Centro do Rio - Ag. News
Corpo de Mr. Catra é velado no Teatro João Caetano, no Centro do RioAg. News
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Centenas de amigos, familiares e fãs prestaram suas últimas homenagens a Wagner Domingues Costa, o Mr. Catra, no Teatro João Caetano, no Centro do Rio. Muito emocionada, Silvia Regina Alves, companheira do cantor por mais de 20 anos, disse que o funkeiro acreditava que ficaria curado do câncer no estômago.

"Ele tinha fé em Deus e acreditava na sua recuperação. Wagner foi corajoso e lutou como um leão, mas infelizmente não conseguiu. Agora ficou um enorme vazio", lamentou.

Mr. Catra morreu no último domingo, em São Paulo, onde tratava um câncer de estômago diagnosticado no início de 2017. Ele deixou três esposas e 32 filhos. Às 8h da manhã, o corpo do cantor saiu do Teatro João Caetano e seguiu para o cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. O sepultamento acontecerá às 10h.

Tâmara Costa, uma das filhas do funkeiro, contou que o pai tornou-se evangélico no final da vida. “Ele se converteu ao Evangelho antes de morrer. Foi levado aqui da Terra pelo anjos", disse.

Famosos como Valesca Popozuda, Denis DJ, Marcelo D2, o ator João Velho, entre outros, também prestaram sua última homenagem ao cantor. “Ele era um dos amigos que a música me deu. Um cara super do bem, alegre, de sorriso contagiante e muito respeitado no meio. Cresceu no funk, no rap, mas o pessoal do samba, do sertanejo, da MPB gostava dele. Vou sentir muita falta”, afirmou D2. 

'Catra ajudou muita gente', afirmam os amigos

Amigos contam que o funkeiro ajudou muita gente. Inclusive, o cantor chegou a doar recursos financeiros para a construção de uma igreja em Vargem Grande, na Zona Oeste. “Há cinco anos, quando estávamos construído a igreja, ele me chamou e perguntou o que precisávamos e disse que iria mandar o que fosse preciso", lembrou o pastor Hélio Bento Barbosa, de 57 anos, que conheceu o funkeiro através de Silvia Regina. 

Segundo o pastor, quando o templo ficou pronto em 2013, o funkeiro foi à inauguração. "O que estava no alcance ele fazia e não media esforços. Vai deixar saudades. A missão dele foi cumprida”, completou.

'Um pai para nós funkeiros', comenta Jojo Toddynho

A cantora Jojo Toddynho recordou com carinho a gravação de um clipe com o cantor em março deste ano, em São Paulo, quando ele já estava em tratamento. "O Catra era um paizão e sempre abraçou quem estava começando. Quando eu não era ninguém ele me chamou no palco — de um show que ele estava fazendo em São Paulo — e disse vai lá e arrebenta. É uma perde terrível para o funk brasileiro”, contou.

'O Catra era o Michel Jackson do funk', diz MC Doca

Para o cantor Mc Doca, do grupo Cidinha e Doca, o Mr Catra foi o ícone da música funk no país e será para sempre o “Michel Jackson da música de favela”. “Ele foi um homem que muito amor. Carinhoso com os amigos e colegas de trabalho. Um cantor que sempre se preocupava com a gente”, disse.

A amiga de anos, Tati Quebra-Barraco lembrou das parceiras que ambos fizeram juntos. “Começamos neste caminho há anos e só nós sabemos o que passamos juntos. Está doendo muito. É uma perda grandiosa”, lamentou. 

Rômulo Costa, da Furacão 2000, diz que Catra deixa “um legado para o mundo do funk”. “Ele foi o nosso intelectual. Um cara poliglota, formado em direito e que nunca esqueceu das suas raízes. Defendeu suas origens com unhas e dentes. Foi o único cantor que conseguiu juntar o funk com o samba, o rap, o pagode e muito mais. Ele uniu as classes. A gente esperava que ele voltasse (do tratamento)”, afirmou o diretor da produtora musical.

O cantor Buchecha também ressaltou que o cantor foi um grande pai e amigo verdadeiro. “Ele era fechamento e valorizava muito quem estava do seu lado. Ainda não temos a dimensão do artista que perdemos."

“Meu irmão sempre foi autêntico. Nunca foi mesquinho. O que ele tinha ele dividia com todos nós. Onde comia um comida dez. Aprendi a dividir com o meu irmão. Crescemos juntos, no entanto, o mundo de shows dele era muito agitado”, disse Marcelo Norberto da Costa.

Para o DJ Malboro, Catra tinha uma personalidade única. "Para uns, ele era fanfarão, brincalhão e desbocado, mas quem o conhecia pessoalmente sabia que ele era a pessoa mais responsável do mundo. Ele tinha um jeito único de ser e soube viver”, afirmou. 

Corpo de Mr. Catra é velado no Teatro João Caetano, no Centro do Rio - Ag. News

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