Da esquerda para a direita: Nilton Alves Soares da Silva, Pedro Paulo da Silva Figueiredo e Cirley Thales Fonseca dos Santos - Divulgação / Polícia Civil
Da esquerda para a direita: Nilton Alves Soares da Silva, Pedro Paulo da Silva Figueiredo e Cirley Thales Fonseca dos SantosDivulgação / Polícia Civil
Por O Dia

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) decretou a prisão preventiva de sete milicianos de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O grupo foi denunciado pelo Ministério Público (MPRJ) pela tentativa de homicídio contra o dono de um depósito de gás localizado no bairro Jardim Primavera. O caso aconteceu no dia 9 de setembro do ano passado.

Os acusados são Pedro Paulo da Silva Figueiredo, conhecido como Japonês; Elton de Souza Ignácio, o Elton da Macumba; Nilton Alves Soares da Silva, o Gordinho do Choque; Cirley Thales Fonseca dos Santos; Fernando da Fonseca Miranda; Guilherme de Souza Barbosa e Rodrigo de Souza Barbosa.

De acordo com o MPRJ, por volta das 22h de 9 de setembro do ano passado, eles atiraram contra Marcos Brum Cautuches, que estava em frente ao seu depósito de distribuição de gás. Os disparos, no entanto, não levaram a vítima à morte, já que o comerciante reagiu à tentativa de homicídio, fazendo com que o grupo se retirasse do local.

Dos sete acusados, cinco deles já estão presos por causa de outras denúncias: Pedro Paulo, Elton, Nilton, Guilherme e Fernando. Cirley, que tem outros mandados de prisão contra ele em aberto, e Rodrigo estão sendo procurados pela polícia para o cumprimento da prisão preventiva.

A decisão

O Japonês e o Guilherme de Souza Barbosa já foram detidos pela PRF em julho passado - Divulgação / PRF

Em sua decisão, o juiz da 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias reforça que "é imperioso coibir o descaso para com a vida e a paz social, e o comportamento dos acusados repercute manifesta e induvidosamente de maneira negativa na comunidade local".

Os sete vão responder pelo crime de homicídio triplamente qualificado, com pena prevista de 12 a 30 anos de reclusão. Como não houve a consumação do crime, ou seja, o comerciante sobreviveu ao atentado, a legislação prevê a redução da pena entre um a dois terços do total.

Duas mortes

Fernando da Fonseca Miranda - Arquivo Pessoal

Dois dias depois do atentato contra Marcos Brum, o grupo assassinou dois funcionários do depósito de gás.

Por causa do crime, o Ministério Público e a Polícia Civil realizaram, em 10 de outubro também de 2017, a Operação Gás Over. A ação foi contra o grupo de milicianos, por atuação na venda ilegal de gás, exploração de uma central clandestina de distribuição de TV a cabo, empréstimos de dinheiro a juros abusivos e o furto de combustível feito diretamente da tubulação de óleo da Petrobras.

Líderes

Elton de Souza Ignácio - Arquivo Pessoal

De acordo com as investigações, Pedro Paulo e Elton eram os líderes da milícia na comunidade Vila Urussaí. "Todas as atividades ligadas ao grupo ocorriam sob seu comando ou autorização e a ordem para a execução da vítima foi dada por estes, somente não se consumando por circunstâncias adversas", destaca a acusação.

Ainda segundo a denúncia, Marcos Brum teria sido informado que deveria dividir seus lucros com o grupo. Ao se negar, além de outras ameaças sofridas, um explosivo foi jogado dentro do seu depósito antes do atentado contra ele.

As investigações do caso estão a cargo da Delegacia de Homicidios da Baixada Fluminense (DHBF).

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