O aluno de 11 anos mostra onde foi atingido pela bala perdida - Reprodução Internet
O aluno de 11 anos mostra onde foi atingido pela bala perdidaReprodução Internet
Por O Dia

Rio - Carlos Henrique Dias, 11 anos, foi baleado de raspão no pescoço na manhã de quinta-feira, dentro da sala de aula da Escola Municipal Ariosto Espinheira, na Penha, Zona Norte do Rio. Não há informações sobre de onde teria partido o tiro que o atingiu. O aluno deu entrada no final da manhã no Hospital Estadual Getúlio Vargas e recebeu alta no mesmo dia.

Moradores da região da Vila Cruzeiro e Merendiba, que fazem parte do Complexo da Penha, relataram o intenso tiroteio nas redes sociais. "Não consigo sair para trabalhar", relatou um. "Acordei assustada com os tiros", disse outra. O aplicativo Onde Tem Tiroteio (OTT) informou pelo Facebook, que o tiroteio aconteceu por voltas das 8h. "Teve muito tiro e bombas na Penha. Estou na rua Quito com a Patagônia e parecia ser de muito perto", contou uma terceira.

A mãe de Caio, Kátia Araújo Dias de 56 anos, ouviu os tiros na manhã e estava em casa fazendo suas coisas quando recebeu a ligação da diretora dizendo que seu filho havia sofrido um acidente e precisava da mãe, mas estava bem.

"Assim que eu entrei na rua, vi a ambulância em frente a escola e só consegui dizer 'Jesus', e mais nada. Quando entrei no carro, ele já havia recebido todo o atendimento e estavam me esperando para irmos ao hospital. Eu nunca poderia imaginar que isso pudesse acontecer com ele. E quando cheguei, pensei que ele tivesse se cortado com alguma coisa ou até brigado, porque a escola é na praça Caí e parece que o tiro veio da Vila Cruzeiro, que é do outro lado", disse a aposentada.

"Essa violência está virando uma rotina e não deveria, aconteceu comigo hoje e infelizmente pode acontecer com outro a qualquer momento. É uma coisa muito entristecedora. A gente vê a falta de segurança até dentro da sala de aula. Ele não estava na rua brincando nem nada, estava na sala de aula estudando, e eu posso afirmar que se não for Deus nos guardando, não sei se teria sobrevivido. Isso é uma coisa muito triste, os tiros infelizmente são frequentes ali, e quando eu escutei tive que ir correndo para dentro de casa para me esconder. Muitas mães me ligaram depois para saber o que aconteceu, todas se mostraram bastante preocupadas com o estado de saúde do Carlos. Inclusive, no último Natal ou Ano Novo, o meu marido levantou de manhã para limpar a piscina e achou um projétil dentro dela", completou.

O menino, que sonha ser jogador de futebol, contou que a professora pediu para que todos ficassem abaixados, conforme o protocolo de Acesso Seguro da Secretaria Municipal de Sáude, e quando a bala acertou o vidro, gritou para que eles se jogassem no chão.

"Eu estava sentado perto da porta assistindo a aula de língua portuguesa e levei um susto na hora do tiroteio. Quando a professora pediu, eu me joguei no chão, mas fui atingido enquanto caía. Ainda sinto um pouco de dor, tanto é que na hora, eu não conseguia nem falar, só queria saber onde estava o meu irmão. Mas ele estavam bem, e todos os meus amigos foram bem carinhosos e atenciosos comigo, uns até choravam de tão nervosos que estavam. Eu não sei se irei na aula amanhã, a médica me deu dois dias em casa. Ela disse que estou bem fisicamente, mas ainda estou um pouco traumatizado com tudo o que aconteceu. Mas a minha mãe disse que eu indo para aula, estarei mostrando para os meus amigos que estou bem, e eles irão ficar felizes com isso", relatou Carlos ao DIA.

Sala do estudante que foi atingido por bala perdida - WhatsApp O Dia

Segundo o comando do 16º BPM (Olaria), o batalhão foi informado que uma criança ferida de raspão por disparo de arma de fogo deu entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas na manhã desta quinta-feira. O fato teria ocorrido em uma escola localizada no bairro Penha. A ronda escolar do batalhão foi direcionada ao local.

 

 

 

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