O único banheiro para o público está sem pias, torneiras e vasos - Agência O Dia
O único banheiro para o público está sem pias, torneiras e vasosAgência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Inaugurado em 2009 com instalações e equipamentos de ponta, o Instituto Médico-Legal (IML) do Rio, em São Cristóvão, agoniza. Funcionários denunciam que faltam tantos insumos, como materiais de limpeza e de trabalho. E o sucateamento da unidade, que custou R$ 32, 2 milhões, não para por aí. O prédio tem apenas um banheiro funcionando, mas sem descarga, porque foi roubada, assim como pias, torneiras a até os vasos sanitários.

Na manhã desta terça-feira, várias famílias esperavam pela liberação dos corpos de seus parentes. O motivo da longa espera, segundo informações colhidas no local, é que alguns equipamentos estão quebrados e a atual estrutura não está suportado a demanda.

“Estamos trabalhando no limite. Há dias que não podemos fazer nada porque falta água. Quando isso acontece temos que interromper os atendimentos”, conta um funcionário do local, que preferiu não se identificar.

O caso mais grave, de acordo com as denúncias, aconteceu no último sábado. Por falta de água, dezenas de corpos teriam ficado amontoados nas gavetas. Só após as 14h, quando o fornecimento foi normalizado, que os corpos começaram a serem necropsiados.

Instituto Médico Legal (IML), da Leopoldina, no Centro do Rio, opera em situação precária - Agência O Dia

Para tentar minimizar os problemas, funcionários têm comprado luvas, materiais de limpeza e até água para as pessoas que estão no IML. Ele também carregam baldes com água para dar descarga no único banheiro que está funcionando.

"É triste essa situação. Num espaço que deveria ter um mínimo de conforto, para nós, está assim, abandonado”, diz, emocionada, uma parente de um a vítima assassinada, e que estava no local na manhã desta terça-feira, para identificar o corpo. "A situação está complicada aqui”, relatou um outro agente que trabalha no lugar.

A Polícia Civil enviou o texto abaixo para comentar sobre a reportagem:

O Departamento Geral de Polícia Técnico Científica (DGPTC) esclarece que todos os equipamentos do IML estão funcionando normalmente e não há registro de atraso nas necropsias. Os laboratórios também estão em pleno funcionamento e funcionários estão trabalhando em regime de força-tarefa para liberar o mais rápido possível todos os laudos pendentes.

Cabe esclarecer que a Polícia Civil não possui autonomia financeira para executar seu orçamento. Em agosto, a partir de um esforço conjunto da PCERJ com o Gabinete de Intervenção Federal (GIF) para execução de verba viabilizada pela 7ª Vara Criminal Federal, foram adquiridos diversos insumos para a realização de exames e a situação vem se regularizando desde então.

O material de limpeza, bem como a higiene do local, são de responsabilidade de uma empresa terceirizada, que vem cumprindo regularmente o contrato. Quanto à situação dos banheiros, já foram realizadas várias reformas, porém as dependências são sempre depredadas pelos usuários, uma vez que eles são para uso público. Também não foi relatada falta de água nos últimos meses.

 

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