Operação Aegir, da Policia Federal: detidos foram levados para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho - Severino Silva
Operação Aegir, da Policia Federal: detidos foram levados para a Cidade da Polícia, no JacarezinhoSeverino Silva
Por Bruna Fantti

Rio - Traficantes intensificaram a utilização de pequenos barcos ou lanchas durante a noite, na Baía de Guanabara, para enviar drogas para a Europa a partir da ação conhecida como içamento: com cordas, funcionários de navios internacionais içam a droga dos barcos e colocam dentro de contêineres que já foram liberados pela Receita Federal.

A informação foi confirmada nesta quarta-feira, durante operação da Polícia Federal que resultou na prisão de 11 pessoas, sendo nove no Rio de Janeiro, uma em João Pessoa (PB), além do chefe da quadrilha, em Natal (RN). Foram apreendidos 78 quilos de cloridrato de cocaína e US$ 32 mil.

"A quadrilha utilizava essas pequenas embarcações, muitas vezes confundidas com a de pescadores, e navegava pela Baía de Guanabara. Eles, então, se colocavam a bordo dos navios e com a ajuda de alguns tripulantes faziam o içamento das drogas. De acordo com o destino, os contêineres eram contaminados com as drogas, que era misturada junto a mercadoria já revistada e liberada no Porto", afirmou o delegado André Santana, da Polícia Federal, responsável pela investigação.

A apreensão desses 78 quilos foi feita em flagrante: quatro funcionários tentavam infiltrar sete mochilas com cocaína pura em contêineres em um navio, após serem filmados içando o material de um barco pequeno.

Como o pequeno barco se aproxima pelo mar, ele fica escondido da visão das autoridades portuárias.

De acordo com o investigador, a ação só era possível com a ajuda de estivadores ou funcionários da MultiRio Operações Portuárias, concessionária responsável pela operação do terminal II do Porto do Rio de Janeiro.

"Esses funcionários escondiam as drogas dentro de contêineres. Não ficou comprovado se os destinatários tinham ciência do crime. E, os contêineres eram escolhidos de acordo com o país europeu de destino", disse Santana.

A operação batizada de Aegir é resultado de uma investigação que já dura mais de um ano e apreendeu, nesse período, quase 2 toneladas de cocaína cujo destino era Europa, segundo a Polícia Federal. O nome da operação, remete à mitologia nórdica, já que Aegir remetia ao deus dos mares e oceanos. Marinheiros acreditavam que Aegir aparecia na superfície para tomar homens e cargas e levá-los para o fundo do oceano.

 

Você pode gostar
Comentários