Rio - A falta de segurança na rede pública de saúde continua colocando em risco profissionais e pacientes e prejudicando o atendimento. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros está fechada desde ontem depois que um traficante armado invadiu a unidade, na tarde de quinta-feira, e tentou sequestrar uma médica. Na mesma data em que era celebrado o Dia do Médico.
Funcionários relataram que o criminoso queria atendimento para um comparsa baleado em uma favela. Segundo eles, a médica só não foi levada porque conseguiu "negociar" com o bandido.
O 41º BPM (Irajá) foi ao local, na ocasião, e confirmou que bandidos armados tentaram entrar na unidade. O patrulhamento foi reforçado. Ontem, porém, a Secretaria Municipal de Saúde apontou que a UPA estava fechada "por questões de insegurança". De acordo com funcionários, cerca de 40 profissionais foram transferidos por tempo indeterminado. Em novembro do ano passado, a unidade já havia sido fechada por conta de protesto dos funcionários que reclamavam de salário e condições de trabalho.
Há duas semanas, um traficante com fuzil forçou a equipe da UPA de Magalhães Bastos a atender dois baleados. "Cabe ao estado providenciar o reforço de segurança nas unidades. Temos uma equipe (das Forças Armadas) que veio de fora, queremos resultados", cobrou o presidente do Conselho Regional de Medicina, Sylvio Provenzano. "Os profissionais ficam abandonados em regiões conflagradas, sem policiamento", apontou Jorge Darze, presidente da Federação Nacional dos Médicos.