O traficante Marcelo Piloto foi expulso do Paraguai e transferido para a penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná - ARQUIVO
O traficante Marcelo Piloto foi expulso do Paraguai e transferido para a penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, no ParanáARQUIVO
Por O Dia

Assunção - A Justiça do Paraguai avalia  a extradição de Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que está preso no país desde de dezembro do ano passado. Ele é apontado como um dos chefes da facção criminosa Comando Vermelho, com larga atuação no fornecimento de drogas para o Brasil. 

Nesta quarta-feira, a polícia paraguaia frustrou mais uma tentativa de resgate do narcotraficante. Na ação, três suspeitos foram mortos. De acordo com a rádio ABC, agentes invadiram uma casa em Presidente Franco, a cerca de 10 km da fronteira com o Brasil. No local, os policiais encontraram um carro-bomba que seria usado no novo plano de resgate de Piloto.

Houve confronto e três suspeitos foram mortos: Alison Antunes da Rocha, Carlos Cardoso e Luis Miguel Ronczkoski Romandois. Segundo a ABC, os homens seriam do interior do Paraná e integrantes da facção criminosa chefiada por Piloto. 

A juíza Alicia Pedrozo disse à imprensa local, quais são trâmites para o pedido de extradição feito pelo Brasil. Para que ele retorne ao país, o traficante precisa ser julgado no Paraguai. 

A magistrada declarou aos jornalistas que pediu aos tribunais criminais do Alto Paraná e Encarnación para relatar os processos judiciais que têm contra o homem, além de cópias autenticadas dos arquivos. Ela acrescentou que, embora o promotor de assuntos internacionais, Manuel Doldán, tenha declarado no pedido de extradição que Marcelo tem dois casos pendentes no Paraguai, ele precisa dos documentos oficiais.

"Precisamos de um documento oficial que nos diga que há um processo e, por outro lado, quando imprimimos o relatório de antecedentes, vemos apenas um processo criminal, não dois procedimentos e devemos ter certeza de todos os julgamentos que este homem tem para fazer a determinação no caso", afirmou Pedrozo à imprensa local. 

Na ação desta quarta-feira, a polícia encontrou, no sítio, um carro com 84 kg de dinamite em gel. As autoridades decidiram detonar todo o material encontrado. Armas também foram apreendidas na operação.

No dia 4 de outubro, a Polícia Federal (PF) prendeu cinco pessoas que planejavam libertar o traficante. A ação da PF aconteceu em conjunto com a Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia.

De acordo com a PF, o grupo estava em três casas em Assunção, na capital paraguaia, de onde pretendiam partir para o resgate do criminoso, naquele fim de semana. Nos imóveis alugados pela quadrilha foi aprendida grande quantidade de armas e munições.

Marcelo Piloto

Piloto era homem de confiança de Fernandinho Beira-Mar (preso em penitenciária federal há 11 anos), tendo recebido todos os contatos de fornecedores de armas de Marcelinho Niterói, morto por agentes da Polícia Federal na Maré, em 2011.

Na ficha criminal do traficante, há também participações em ações violentas, como arrastões e ataques a Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), além de resgate de preso.

Segundo o Portal dos Procurados, Piloto, também conhecido como Celo, foi preso pela primeira vez em 1998. Em 2007, seis dias após ganhar da Justiça o benefício do regime semiaberto, ele fugiu do Instituto Penal Edgard Costa, em Niterói, na Região Metropolitana. Contra ele, havia ao menos 20 mandados de prisão.

Piloto faz parte do grupo de dez traficantes, acusados de participar do resgate de Diogo de Souza Feitoza, o DG, de 29 anos, da 25ª DP (Engenho Novo), no dia 3 de julho de 2012. A principal área de atuação dele era em Inhaúma, Ramos, Penha, Bonsucesso, Pilares e Benfica. O traficante costumava ainda promover bailes funk nas comunidades, impulsionados pela venda de drogas, e circular com carros roubados. Em julho de 2010, Piloto teria participado de arrastões na Avenida Pastor Martin Luther King e na Linha Amarela.

 

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