Giniton Lages, chefe da Delegacia de Homicídios da Capital, permanece, por enquanto, a frente da especializada - Reprodução TV Globo
Giniton Lages, chefe da Delegacia de Homicídios da Capital, permanece, por enquanto, a frente da especializadaReprodução TV Globo
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - As mudanças anunciadas pela Polícia Civil para as delegacias de homicídios do estado, como O DIA antecipou mês passado, foram suspensas por enquanto. Nos bastidores, a motivação é o assassinato da vereadora Marielle Franco e o motorista dela Anderson Gomes, mortos há nove meses.

Como o caso ainda não foi concluído, a nova gestão não quer mudar as equipes para que a investigação continue do ponto onde está, uma vez que já há indícios dos executores e do mandante dos assassinatos. Mudando o trabalho de mãos o crime levaria mais tempo para ser elucidado. O inquérito tem 18 volumes com 250 páginas cada.

Portanto, permanece à frente dessa investigação e da Delegacia de Homicídios da Capital (DH) o delegado Giniton Lages. O pedido para manter as equipes nas especializadas foi do delegado Antônio Ricardo Nunes, novo diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP) ao secretário da Polícia Civil Marcus Vinícius Braga. A decisão, inclusive, já teria sido comunicada ao governador Wilson Witzel (PSC), que teria concordado. O DGHPP é antiga Divisão de Homicídios, que foi dirigida pelo delegado Fábio Cardoso, que ainda está sem cargo.

 

Mas já está decidido que Lages deixará a DH quando os assassinatos de Marielle e Anderson forem elucidados. Para ocupar o lugar dele está cotado o delegado Daniel Rosa, atual titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

Alguns motivos pesaram na escolha dele para a especializada. Rosa já foi delegado-adjunto da DH capital e tem conseguido resolver crimes na Baixada. No entanto, ainda não foi decidido quem vai para o lugar de dele na DHBF. Quem também permanece à frente da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) é a delegada Barbará Lomba. Os titulares das duas novas DHs, que serão construídas em Macaé, no Norte Fluminense; e Volta Redonda, no Sul do estado, ainda estão sendo decididos.

Já Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil, deixa o cargo com a imagem extremamente desgastada por conta da não elucidação do caso Marielle. Após deixar a chefia, ele não foi posto em nenhuma outra função e terá um "ano sabático".  

Baixada tem o maior número de assassinatos no estado

De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), a Baixada foi a região do estado com maior número de homicídios dolosos em 2018. Dados do ISP mostram que, de janeiro a novembro do ano passado, foram registrados 1.406 assassinatos na Baixada. Na capital foram 1.247 casos e no interior, 1.303.

 

Witzel participa, nesta-quarta-feira, às 14h, da transmissão de cargo de governador no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, e dará posse aos novos secretários, entre eles Marcus Vinícius. Nesta quinta-feira, às 15h, o delegado dará posse aos novos titulares das delegacias na Cidade da Polícia, no Jacaré.

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