Rio - A Agetransp iniciou, esta semana, a fiscalização do sistema de refrigeração dos trens da Supervia. A operação vai até sexta-feira, em ramais e horários alternados, com o objetivo de detectar possíveis falhas no funcionamento nos aparelhos de ar-condicionado das composições. A ação acontece após O DIA noticiar, no último domingo, que nos meses quentes, a bronca principal no setor ferroviário diz repeito a falhas no sistema de refrigeração.
Nesta segunda, dez fiscais da agência circularam das 7h às 11h pelos trens dos ramais de Japeri, Deodoro, Saracuruna, Santa Cruz e Belford Roxo. Também foram vistoriados itens como limpeza e o sistema de comunicação da concessionária.
O presidente da Agetransp, Murilo Leal, disse que a fiscalização já é feita rotineiramente, mas que houve intensificação da atividade nesta semana devido ao grande número de reclamações que chegaram à Ouvidoria. “A Agetransp está reforçando a Ouvidoria e criando novos canais para ouvirmos todas as demandas. Assim poderemos aprimorar a cobrança das melhorias às concessionárias na prestação dos serviços”, afirmou.
Em 2017 foram feitas 820 reclamações em relação à operação dos sistemas de barcas, trens e metrô. Já em 2018, o número subiu para 938 reclamações, sendo que no transporte ferroviário o índice passou de 614 para 701. Destes, as principais queixas dos usuários foram em relação ao sistema de refrigeração dos trens, ocupando o primeiro lugar nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, junho e dezembro.
Na operação realizada hoje de manhã foram vistoriados 47 trens de cinco ramais, sendo que em dois deles, ambos do ramal de Belford Roxo, foram registradas temperaturas acima dos 26 graus. Segundo uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a faixa recomendável de temperatura no verão deve ser, no máximo, de 26 graus. Nos dias 12 e 13 de janeiro, em fiscalização de rotina, fiscais da Agetransp vistoriaram 37 trens, sendo que em seis veículos foram registradas temperaturas acima dos 26 graus.
Na próxima semana, fiscais da Câmara de Transportes farão um balanço e entregarão um relatório ao Conselho Diretor da Agetransp. Caso sejam verificadas falhas graves na operação do sistema, o Conselho poderá abrir uma investigação, que pode resultar em multa ou outra penalidade à concessionária operadora do sistema.
