Rio - A Justiça do Rio revogou a prisão preventiva do estudante de odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), David Nobio da Silva, e Ramon de Souza Gregório, baleados e internados sob custódia no Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê. Eles foram acusados por policiais militares do 7º BPM (São Gonçalo) de um ataque durante uma ação na Favela do Brejal, em São Gonçalo, no último dia 26. Familiares de ambos jovens dizem que eles são inocentes.
A decisão é do juiz Rafael Resende das Chagas, da 3ª Vara Criminal, em São Gonçalo, com base em pedido da defesa e do Ministério Público do Rio (MPRJ). Na mesma sentença, desta segunda-feira, o magistrado ordenou o prosseguimento das investigações.
A revogação da prisão foi comemorada por amigos e familiares do estudante de odontologia da UFF. "A justiça já está sendo feita para David Nobio!! Que agora tenha investigação completa sobre a atuação e depoimentos dos PMs envolvidos!", disse uma amiga. "Conseguimos! Com muita mobilização de todos! Vamos continuar orando pela saúde do David!", disse o professor Túlio, que deu aulas no pré-vestibular para David.
Em entrevista ao DIA, Ronieli Moraes, tia do universitário, falou da dor de lutar para provar a inocência do jovem, além do quanto era dolorido vê-lo internado em estado grave, baleado no confronto na favela de São Gonçalo. Ele acabou perdendo o baço, o rim, e teve o intestino perfurado pelo tiro.
"A vida dele não será a mesma depois que acordar, em função dos órgãos que perdeu. Ninguém fica o mesmo depois de uma tragédia dessa. Estamos em choque, esta última noite não dormi pensando nele. São duas dores: a dor da vida dele e a dor da injustiça. Fico pensando nele entubado, sem baço, sem rim, sendo acusado injustamente, nem sei descrever a sensação", disse.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde disse que David e Ramon seguem internados no Hospital Alberto Torres e que apresentam quadro estável.
