Rio - Menos de 24 horas após ser preso, o PM que assistiu passivamente a agressões na confusão envolvendo torcedores do Flamengo e do Peñarol, na tarde de ontem, na Avenida Atlântica, em Copacabana, Zona Sul do Rio, foi solto. De acordo com a corporação, "o agente foi ouvido a termo (depoimento), conversou com seu comandante e foi posto em liberdade", afirma em nota.
O comandante do 19º BPM (Copacabana), tenente-coronel Alberto, informou que vai ouvir testemunhas, buscar outras imagens e garantir o direito do Policial Militar "de ter ampla oportunidade de se defender". Após esse processo, então, o comandante vai avaliar a conduta e aplicar ou não uma punição ao militar.
Na manhã desta quinta-feira, ao confirmar que o policial foi preso administrativamente na noite de ontem, o porta-voz da PM, Mauro Fliess afirmou que "foi detectada uma conduta incompatível com o juramento que todo Policial Militar faz de defender a sociedade, mesmo com o risco da própria vida".
Fliess afirmou, ainda, que o agente aparece "omisso" ao presenciar um homem, supostamente uruguaio e torcedor do Peñarol, ser espancado por pelo menos cinco pessoas.
Em entrevista à TV Globo, o porta-voz criticou a postura do policial. Entretanto, em nota, na noite de ontem, a PM disse que o militar "não agiu por instrução de seus superiores". O vídeo, que circula nas redes sociais e foi recebido através do WhatsApp do DIA (98762-8248), é apenas um dos vários que registraram cenas de selvageria na orla da Zona Sul do Rio, antes do jogo entre Flamengo e Peñarol, ocorrido na noite de ontem no Maracanã. Em campo, o time uruguaio derrotou o Rubro-Negro por 1 a 0.
Um idoso, identificado como Roberto Almeida, de 60 anos, foi atingido por um objeto na cabeça no momento do tumulto, que ocorreu próximo ao hotel onde a equipe uruguaia está hospedada para a partida desta noite. A vítima seria um torcedor que veio com a família do Espírito Santo para assistir à partida. Seu estado de saúde é grave. No mesmo momento, um outro homem foi espancado por um grupo da torcida do Peñarol, que estava em grande maioria.
Cerca de cem uruguaios foram detidos após a briga generalizada. A torcida que veio para acompanhar o Peñarol só entrou no Maracanã quando acabou o primeiro tempo, para evitar encontrar com torcedores do Flamengo.
