Passageiros se protegem dos tiros durante tiroteio na Praça Seca - reprodução
Passageiros se protegem dos tiros durante tiroteio na Praça Secareprodução
Por O Dia

Rio - Vídeos divulgados na internet mostram o terror vivido nas últimas horas por moradores da Praça Seca, na Zona Oeste do Rio. Em meio ao fogo cruzado causado por uma disputa por território entre traficantes e milicianos, testemunhas registram cenas de uma guerra urbana nas regiões da Covanca, Bateau Mouche e Pendura Saia desde a manhã desta quarta-feira. A Polícia Civil e a Polícia Militar foram acionadas. Pelo menos dois helicópteros da PM sobrevoam a região.

Em um dos vídeos, pelo menos oito homens armados atravessam a Avenida Cândido Benício, via de grande circulação de veículos na área. Eles passam em frente a um ônibus do BRT e tentam assaltar veículos no local, causando pânico entre os passageiros na estação do Ipase, que se jogam no chão. Segundo a Polícia Civil, a ação ocorreu quando milicianos deixaram o local após intensos confrontos. Agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) estiveram no local.

De acordo com a concessionária, os serviços do corredor transoeste foram suspensos na tarde desta quarta-feira. O serviço só foi retomado por volta das 17h30. Em outras imagens, bandidos aparecem trocando tiros com rivais. Há, ainda, vídeos onde traficantes exibem os seus fuzis e mostram vítimas caídas em uma área de mata. Câmeras também registraram uma mulher correndo com um bebê no colo.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o confronto começou pela manhã, quando milicianos da Chacrinha se deslocaram para o Bateau Mouche. Um suspeito ficou ferido após tiroteio com os policiais militares do 18º BPM (Jacarepaguá). Ele foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra. Sem identidade revelada, não foi possível saber qual o estado de saúde do bandido. Com ele, os agentes apreenderam uma pistola calibre .380 e um rádio comunicador. Em nota, a PM informou que o policiamento foi reforçado. Ainda segundo a corporação, uma equipe da Polícia Civil foi atacada na região à tarde.

PÂNICO NAS REDES SOCIAIS

Segundo moradores, a disputa por território entre traficantes e milicianos se arrasta há pelo menos uma semana no local. Eles relataram momentos de pânico nas redes sociais. Uma cabeleireira que mora no local diz já ter adaptado a sua rotina por causa da violência na região. "Já parei de atender clientes por medo de sair de casa", contou. Uma outra moradora disse que essa rotina de confrontos ocorre há pelo menos dois anos. "Escola não funciona, posto saúde está sempre fechado. Mas ninguém fala nada. O comércio fecha as portas ou paga arrego", lamentou.

ROTINA DE MEDO

Há mais de três semanas, a região também conviveu com um intenso tiroteio na comunidade da Barão, Bateau Mouche e Chacrinha. Depois do confronto, homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da PM, apreenderam quatro fuzis na área. Segundo a corporação, três criminosos ficaram feridos em confronto com os agentes.

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