Décimo primeiro corpo foi encontrado na manhã desta segunda - Marcio Mercante / Agência O Dia
Décimo primeiro corpo foi encontrado na manhã desta segundaMarcio Mercante / Agência O Dia
Por Bernardo Costa

Rio - Uma ação civil pública apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPRJ), no último dia 3, aponta três empresas como loteadoras do terreno onde foi erguido o Condomínio Figueiras do Itanhangá, na comunidade da Muzema. Os dois prédios que caíram na sexta-feira ficavam no empreendimento. Procurada ontem pelo jornal O DIA, Ana Paula Brozoza de Oliveira, sócia de uma dessas firmas, a Gaucha New Construtora, ironizou:

"Ah, bem que eu queria ficar famosa... Mas não, não tenho nada a ver. Para falar a verdade, a minha empresa não mexe com construção vai fazer cinco anos. Não estou entendendo essa ligação. O Ministério Público tem que investigar a movimentação da empresa, o Imposto de Renda, se entra dinheiro na minha conta... Entra, sim, entram duzentos contos na minha poupança todo mês, tá bom? Acho que, com duzentos, não dá nem pra construir casinha de cachorro", disse Ana Paula, que, além de negar qualquer atuação na região do condomínio, disse desconhecer a ação do MP. As outras duas empresas citadas como rés são a Olimpique Incorporações e Participações Ltda e a Pedreira Santo Amaro Ltda.

Apesar da negativa de Ana Paula, o MP reproduz um anúncio de venda dos terrenos em que consta o nome da empresa Gaúcha New Construtora. A propaganda diz: "Figueiras do Itanhangá é um novo conceito de morar com conforto, junto à natureza, com muito verde e ar puro e com as facilidades de estar a apenas 10 minutos de toda a estrutura de lazer e serviços que a Barra da Tijuca oferece".

Na quinta-feira, véspera da queda dos prédios, a 10ª Vara de Fazenda Pública negou pedidos de liminares do MP, entre eles o que exigia a proibição de qualquer obra e construção nova na região. O MP vai recorrer. O DIA não conseguiu contato com as outras duas empresas citadas.

Anúncio da venda de terrenos no local onde ficava condomínio que desabou na Muzema, de 2006 - Reprodução

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