Rio - A diarista Zenilda Bispo de Amorim, de 40 anos, e seu filho Ruan Amorim Rodrigues, de 10 anos, estavam se arrumando para ir ao trabalho e ao colégio, respectivamente, quando o prédio onde moravam, na Favela da Muzema, no Itanhangá, veio abaixo.
Ex-cunhada de Zenilda, Márcia Rodrigues, de 32 anos, acredita que seus entes queridos ainda possam estar vivos.
"Às 6h da manhã ela recebeu uma ligação da patroa e informou que sairia de casa às 7h30, mas não deu tempo", conta Márcia, enquanto enxuga as lágrimas. Ela recebeu a notícia do desabamento na sexta, pela TV, e correu para o local. Está nas imediações do local da tragédia desde então.
"Só vou sair daqui quando eu tiver notícias da Zenilda e do meu sobrinho. Não vou embora", diz. Ela conta ainda que o imóvel havia sido comprado pela família há oito meses. "Ela me dizia que não tinha perigo nenhum".
A esperança de Márcia de encontrar sobreviventes é corroborada pelo coronel Luciano Sarmento, coordenador da operação de salvamento.
"Esse cenário é muito mais propício para encontrarmos vida. Porque a gente pode trabalhar com células, que tem ali um pequeno habitáculo, onde a pessoa pode se manter com vida, respirando. O tempo é nosso inimigo. Mas nós temos relatos de pessoas que sobreviveram em desastres por até sete dias. Então, desde o início da operação, nós estamos trabalhando com a possibilidade de encontrar pessoas com vida", informou a jornalistas.
Pela manhã, peritos da Polícia Civil estiveram no local para recolher materiais.