Padre Jefferson de Oliveira com o turíbulo comprado às pressas  - Armando Paiva/ Agência O Dia
Padre Jefferson de Oliveira com o turíbulo comprado às pressas Armando Paiva/ Agência O Dia
Por O Dia

Nem mesmo o Santo Guerreiro está a salvo da violência que assola o Rio. Na Igreja de São Jorge, no Centro do Rio, um turíbulo, objeto onde é queimado incenso durante celebrações religiosas, foi furtado no início do mês. Segundo o padre Jefferson de Oliveira, de 41 anos, a peça de prata valia cerca de R$ 3 mil. "Fora o valor histórico desse turíbulo centenário. Tinha pelo menos 140 anos", contou ele, ontem.

A ausência foi notada durante o Domingo de Ramos, no último dia 14. "Reviramos toda a igreja e não conseguimos encontrá-lo. Dá uma sensação de vazio, era um patrimônio nosso", disse o padre, que lamentou nem ter usado a peça, pois trabalha na igreja do Campo de Santana há apenas um mês. "O turíbulo fica trancado, mas estava em manutenção para limpeza e preparação para a festa de São Jorge. Como nossa igreja tem um trânsito muito grande de pessoas, infelizmente entraram e levaram".

Por enquanto, a paróquia comprou uma peça temporária, de valor estimado em R$ 1.200. A esperança do padre Jefferson, entretanto, é devolverem o turíbulo centenário. "Com todo nosso apelo feito nas missas, tenho fé que quem furtou vai devolver", afirmou. Questionado se o furto poderia ser perdoado, ele brincou: "É bem perdoável, pois o dano seria reparado".

Na missa de ontem, o clérigo também pediu doação dos fiéis para a compra de um novo turíbulo. "Sempre há uma sombra, mas São Jorge vai nos devolver em dobro", afirmou padre Jefferson.

"Infelizmente, nós, padres, também estamos acostumados com a violência no Rio, atinge a todos", finalizou o pároco, que é carioca. A igreja pretende realizar o boletim de ocorrência do furto na próxima semana.

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