Caso seja confirmado, o processo de impedimento do prefeito poderá ser concluído em até três meses - Renan Olaz/ CMRJ
Caso seja confirmado, o processo de impedimento do prefeito poderá ser concluído em até três mesesRenan Olaz/ CMRJ
Por Maria Luisa de Melo

Rio - A comissão formada por três vereadores designados para analisar a denúncia que culminou na abertura do processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB) divulgará parecer hoje, às 14h. Segundo fontes ligadas ao grupo, a decisão será pela manutenção do processo de cassação, que pode ser concluído em até três meses. No pedido de impedimento, o prefeito teria beneficiado duas empresas de mobiliário urbano durante a renovação de contratos.

Presidente e relator da comissão, respectivamente, os vereadores Willian Coelho (MDB) e Luiz Carlos Ramos (Pode) já teriam decidido pela manutenção do processo. A única dúvida ainda é Paulo Messina (Pros). Ex-secretário de Crivella, o parlamentar voltou à Câmara para tentar barrar o processo. Porém, ele criticou a gestão municipal, recentemente, em plenário.

Em meio à apuração da denúncia contra Crivella, a oposição aponta uma tentativa do prefeito de atrair vereadores. Na última segunda-feira, o Diário Oficial da Prefeitura enumerou autorizações para licitações e liberação de recursos para dez obras de infraestrutura, que totalizam cerca de R$ 8 milhões. Oito delas são reformas de praças em áreas de atuação de parlamentares que haviam se afastado da base aliada do governo.

Parada há dois anos, a complementação das obras do programa Bairro Maravilha, nas comunidades Alhambra e Fernão Magalhães I e II, em Campo Grande, foi uma das agraciadas, com aporte de R$ 5,10 milhões. A região seria reduto eleitoral do vereador Junior da Lucinha (PMDB), que não pertencia à base de Crivella até o início do ano.

"No fim de 2017, ele votou contra o aumento do IPTU. Depois, participou do grupo que fez o projeto de lei que pedia a devolução dos valores cobrados a mais pela prefeitura. Em abril, quando se aproximou de Crivella, pediu que seu nome fosse retirado do projeto", contextualiza a vereadora Teresa Bergher (PSDB).

Os vereadores também aprovaram, ontem, a instalação de mais uma CPI. A comissão vai investigar como foi feito o mapeamento do Atualiza Rio, programa que, com drones e equipamentos de georreferenciamento, deu subsídios para o aumento do IPTU, em 2017. Os parlamentares começaram ainda discussão sobre projeto de lei que permitiria o ressarcimento do IPTU e aprovaram extinção da taxa de lixo para imóveis de valor venal até R$ 55 mil. Procurada, a prefeitura não se manifestou.

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