Greve da Comlurb -  Local: Rua Conde de Bonfiim, Tijuca. Foto: Daniel Castelo Branco - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Greve da Comlurb - Local: Rua Conde de Bonfiim, Tijuca. Foto: Daniel Castelo BrancoDaniel Castelo Branco / Agência O Dia
Por LUIZ PORTILHO

Rio - A greve dos funcionários da Comlurb, retomada à meia-noite desta sexta-feira, deixa a coleta de lixo e a varrição nas ruas do Rio prejudicada. Na Rua Conde Bonfim, Tijuca, Zona Norte, já é possível observar acúmulo de lixo, que não foi recolhido na madrugada. Porém, representantes da categoria afirmam que 60% do efetivo estão na rua, como determina a justiça.

Greve da Comlurb - Local: Rua Conde de Bonfiim, Tijuca. Foto: Daniel Castelo Branco - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

É a segunda paralisação da categoria em menos de uma semana. A primeira aconteceu na segunda-feira e durou 18 horas. No entanto, os garis não concordaram com a oferta de aumento de 4% proposto pela prefeitura e voltaram a parar. A categoria pede 10%. 

O maior acúmulo de lixo está na altura do número 539 da Rua Conde de Bonfim. "Já está dando mosca. Daqui a pouco vem o cheiro ruim e atrapalha a chegada de cliente", disse o dono da Pet do Toco, Solano Pinto, 50 anos. "Fico preocupado com a saúde do meu cachorro, o Toco. Ele fica solto aqui e pode prejudicá-lo se mexer nesse lixo", disse o comerciante.

Greve da Comlurb - Local: Rua Conde de Bonfiim, Tijuca. Foto: Daniel Castelo Branco - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Quem também reclamou da falta de coleta foi o vendedor Luiz Carlos Rezende, de 39 anos. "O lixeiro não passou e ficou isso aí acumulado, o que não é normal", lamentou ele. "É preciso haver um entendimento entre a prefeitura e os trabalhadores, que realmente merecem um aumento. Não podemos ficar com essa sujeira aqui", reclamou o aposentado Antonio Alvim, 72 anos.

Assembleia está marcada para esta sexta-feira

Nesta sexta-feira, às 14h, os funcionários da Comlurb farão assembleia em frente ao prédio da prefeitura, na Cidade Nova, Região Central da cidade.

Greve da Comlurb - Local: Rua Conde de Bonfiim, Tijuca. Foto: Daniel Castelo Branco - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

"Nós pedimos 10% de reajuste, mas estamos dispostos a negociar. Essa proposta de 4%, porém, não nos agrada. É pouco", disse Bruno da Rosa, um dos representantes dos trabalhadores na comissão de negociação.

Segundo ele, a categoria cumpre a regra da Justiça de manter 60% dos funcionários trabalhando. 

Em nota, a Comlurb informou que menos de 20% dos garis aderiram à greve decretada pelo Sindicato dos Empregadores de Empresas de Asseio e Conservação do Rio (Siemaco-Rio) e disse que o sindicato desrespeitou o prazo previsto na Lei de Greve, que exige que paralisação em serviços essenciais seja avisada à população com 72 horas de antecedência.

A companhia também informou que os garis que continuaram trabalhando estão sendo intimidados por piquetes nas portas das gerências, em Piedade, Marechal Hermes, Tijuca, Laranjeiras e Copacabana. "Esse tipo de atitude dos grevistas vai contra a determinação da Justiça que garante aos garis trabalhar sem ser intimidados, sob multa diária de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) em caso de descumprimento". Nos locais com piquetes, a Comlurb avisou que os serviços podem ter atrasos, mas não serão interrompidos.

A empresa também pediu responsabilidade ao movimento grevista para que não prejudique a cesta de benefício conquistada pela categoria. E afirmou que o momento de paralisação é "inoportuno, quando a cidade ainda se recupera das consequências nefastas de um período de chuvas intensas e pela decretação de estado de calamidade pública."

Greve da Comlurb - Local: Rua Gonzaga Bastos, Vila Isabel.Segundo relato no local os garis foram ameaçados para não coletar o lixo e entulho. Foto: Daniel Castelo Branco - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

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