O governador Wilson Witzel (ao centro) lança o Disque Corrupção - Nelson Perez / Divulgação
O governador Wilson Witzel (ao centro) lança o Disque CorrupçãoNelson Perez / Divulgação
Por LUIZ PORTILHO

Rio - O governador Wilson Witzel lançou oficialmente o Disque Rio Contra a Corrupção, na manhã desta terça-feira, no Centro Integrado de Controle e Comando (CICC), Cidade Nova, Região Central Do Rio. O serviço telefônico, através do número (21) 2276-6556, em que a população pode denunciar casos de corrupção praticados por agentes públicos estado, funciona desde 9 de abril e já recebeu 130 telefonemas.

"Esse é um instrumento importante para a democracia, e a denúncia se faz no anonimato. Desses 130 telefonemas, 20 já estão em apuração. Nós queremos que as pessoas, cada vez mais, façam as suas denúncias. Podem denunciar sonegação fiscal, se a polícia pediu dinheiro, se qualquer agente do estado pedir dinheiro de forma que caracterize corrupção, faça a denúncia, anote o nome de quem quer que seja e faça a denúncia que você estará no anonimato e nós vamos apurar", disse Witzel.

O serviço, que é coordenado pela Controladoria Geral do Estado e conta com o apoio da Polícia Militar, funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h. "O cidadão de bem é a maior vítima da corrupção e tem de ser o principal aliado contra ela", disse o controlador-geral do estado, Bernardo Santos Barbosa.

Demissão de PMs condenados

Durante a coletiva, o governador também falou sobre policais presos e condenados e que ainda estão recebendo pelo estado. Witzel garantiu que eles serão demitidos, no entanto, disse que não depende dele, mas da Justiça. É que a demissão dos oficiais tem um processo diferente dos praças. Witzel classificou essa burocracia como um privilégio e afirmou que prentende acabar com esse tipo de procedimento.

"Para um oficial der demitido existe um ato jurídico complexo que começa na PM, mas tem de passar pelo judiciário. Após o poder judiciário confirmar que aquele policial praticou crime e tem de ser demitido, volta para o governador, que aplica a demissão. Eu já pedi para estudar essa situação, já comuniquei a PM e pretendo propor uma emenda constitucional para acabar com esse privilégio", avisou o governador.

Um dos casos citados por ele, é o do tenente-coronel Claudio Oliveira, preso desde 2011 e condenado a 36 anos de prisão pelo assassinato da juíza Patricia Acioli, em 2011. Ele recebe quase R$ 40 mil brutos por mês. Além dele, também foi condenado pelo mesmo crime e ao mesmo tempo de cadeia, o tenente Daniel Santos Benitez. Ele recebe bruto, por mês, quase R$ 10 mil. Por mês, o estado tem gastado com os dois cerca de R$ 50 mil. Em quase oito anos presos, eles custam aos cofres públicos R$ 4,8 milhões.

De acordo com a justiça, o tenente-coronel foi o mandante do crime e Benitez efetuou os disparos contra a magistrada. Ao todo 11 PM foram condenados pelo assassinato da magistrada, mas apenas os nove praças foram expulsos até agora."No caso do oficial que matou a juíza Patrícia Acioli, ele já foi julgado pelo tribunal e esse processo está voltando para mim. Assim que chegar no meu gabinete, esse oficial será definitivamente demitido", disse Witzel, referindo-se ao tenente-coronel.

Patrícia Acioli foi morta com 21 tiros, quando chegava em casa, em Piratininga, Niterói, Região Metropolitana do Rio, por combater PMs corruptos.

Construção de presídios verticais

O governador ainda comentou o projeto de construção de presídios verticais de nove andares no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. "É um projeto que vai ajudar num espaço menor ter um presídio com condições de ter anexado a ele, inclusive, uma área de educação, de trabalho. Nós estamos numa expectativa muito grande e muito confiantes de que vai ser um projeto que vai num pequeno espaço, agregar a maior quantidade de presos com funcionários que vão ter melhores condições de trabalhar com esse preso. O projeto é todo com rampas, a movimentação dos presos através da rampa é por andares. Você não movimenta os presos nos nove andares, você movimenta de três em três andares. É um projeto que, inclusive, você pode ser adotado por empresas para, naquela área industrial, servir de trabalho para os presos", afirmou Witzel.

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