O Dating já foi testado na Colômbia no fim do ano passado e foi expandido para países como Argentina, Canadá, Tailândia e México - Pixabay
O Dating já foi testado na Colômbia no fim do ano passado e foi expandido para países como Argentina, Canadá, Tailândia e MéxicoPixabay
Por Leonardo Rocha e Felipe Rebouças*

Rio - Nunca foi tão fácil encontrar o par ideal. Aos solteiros de plantão, o Facebook anunciou ontem, durante a conferência de desenvolvedores F8, a chegada ao Brasil do serviço gratuito de relacionamento Dating. A novidade, que fará a concorrência com o Tinder, Happn e Grindr já deixa em polvorosa muitos internautas, que terão nova ferramenta para encontrar suas almas gêmeas ou mesmo um flerte rápido.

A estudante Pamella Lima, 21 anos, por exemplo, aprova a ideia e revela que aplicativos de relacionamento são sempre bem-vindos e servem para novas descobertas. Ela conta que tinha acabado de terminar um namoro quando resolveu entrar no Tinder. E foi lá que encontrou Karen Máximo, 24. Despretensiosamente, a relação das duas virou namoro. “Confesso que entrei só para paquera, mas acabou acontecendo. A gente marcou de sair um dia, e tivemos uma conexão muito legal”, lembra, acrescentando que estão juntas há dois anos e dois meses.

Mas há quem torça o nariz para o uso dos aplicativos na paquera. É o caso da modelo Renata Frisson, a Mulher Melão. “É mais uma possibilidade de criarmos relacionamentos. Tem muita gente adepta, mas comigo não rola. O meu negócio é olho no olho. O ato sexual tem que ser um rala e rola de verdade. Joguinhos virtuais não me satisfazem. Sou à moda antiga”, avisa ela. Renata acha, no entanto, que o novo serviço vai ajudar muitos casais. “Acredito que possa até rolar amor nesses aplicativos, mas só depois que a pessoas se conheçam pessoalmente. Tenho uma tia que conheceu um cara no aplicativo, e eles vão até se casar” vibra.

O casal Kellison Ferreira, de 27 anos, e Mariana Gomes, 23, discorda da Mulher Melão e também aprova a chegada do Dating. Eles se conheceram no Tinder, em 2013, e foram logo ao que interessa. “A agente entrou em contato numa quarta e, na sexta, já nos encontramos em uma festa. Primeiro, ela passou por mim e fingiu que não me reconheceu. Resolvi tomar atitude e ir falar com ela. Ficamos nesse dia. Em um mês e meio, começamos a namorar”, lembra.

Para Mark Zuckerberg, do Facebook, o Dating é para “encontrar relacionamentos significativos”. Segundo ele, a diferença principal para os demais aplicativos de relacionamentos é a ausência de joguinhos ou passadas (swipes, em inglês) no ato de escolher o companheiro. A ferramenta pretende inovar no ramo, já que a malha de informações do Facebook sobre as contas dos usuários favorecerá a combinação de pares. O raio de ação vai a até cem quilômetros, e o limite de pretendentes é nove por pessoa.

REGRAS DE ETIQUETA NA PAQUERA

A coach em relacionamento Rosie Oliveira aprova a iniciativa do Facebook de criar o serviço ‘Encontros’. “É uma ótima opção para quem procura alguém, seja de forma duradoura ou não. Esses aplicativos aproximam pessoas que, talvez, não tivessem coragem de se declarar ou falar que sentem atração por outras”, diz.

Rosie ensina como o usuário do aplicativo deve se portar na hora da paquera. “O internauta tem que identificar primeiro o que ele procura. O que seria uma pessoa ideal para namorar, por quê. Assim, eliminando o que não quer e identificando os pontos positivos, fica mais fácil”, aconselha. Apesar de a maioria dos usuários do aplicativo estarem mais interessados em relacionamentos passageiros, a coach garante que é possível encontrar, lá, um grande amor.

No entanto, há quem pondere a respeito das influências geradas pelos aplicativos de relacionamentos na vida das pessoas. “Com a falta de tempo, a angústia, a ansiedade e a busca pela felicidade a qualquer custo, as pessoas cedem ao serviço facilitador prestado por esses dispositivos. É cômodo e está ao alcance das mãos, basta escolher conforme os gostos e preferências informados na rede”, explica o sexólogo Amaury Mendes Júnior.

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