Core faz megaoperação em comunidades de Angra dos Reis
O objetivo é encontrar criminosos nas localidades do município. Governador comanda ação
Rio - A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, faz uma megaoperação em várias comunidades de Angra dos Reis, no Sul Verde Fluminense, na tarde deste sábado. O objetivo é encontrar criminosos suspeitos de tráfico. O governador Wilson Witzel, o prefeito da cidade Fernando Jordão, e o secretário de Polícia Civil Marcus Vinicius Braga acompanham de um helicóptero a ação.
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Nas redes sociais, moradores relatam trocas de tiros nas localidades Frade, Sapinhatuba e Japuíba. "Estamos iniciando, hoje aqui, uma operação aqui em Angra dos Reis, com a Core, trouxe o nosso pessoal, o delegado (Fábio) Baruck, o delegado Marcus Vinicius, o prefeito Jordão. Vamos botar fim a bandidagem de Angra dos Reis. Acabou", disse o governador, em um vídeo publicado em seus redes sociais. "A Polícia Militar e a Polícia Civil está aqui por tempo indeterminado. Vamos acabar com a bandidagem que aterroriza (a cidade). Acabou a bagunça. Vamos colocar ordem na casa", afirmou o governador.
Em um outro vídeo, do aplicativo Onde Tem Tiroteio (OTT), é possível observar um helicóptero atirando do alto em uma mata da região de Japuíba. Um homem narra a cena e diz: "Metralhou, metralhou. Eles estão atirando de ponto 50". O Palácio Guanabara não informou, ainda, se o governador estava na aeronave que estava disparando do alto.
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O DIA tentou contato com o secretário de Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga e também com o subchefe operacional, Fábio Barucke. Eles não atenderam as ligações da reportagem. Em nota, a Polícia Civil disse que "a Core realizou hoje operação para reconhecimento de áreas atingidas pela criminalidade em Angra dos Reis. A medida visa estruturar ações de impacto na segurança pública da região".
Mais efetivo e armamento
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Ao DIA, o prefeito Fernando Jordão disse que o governador o convidou na noite de sexta-feira para sobrevoar as áreas com o alto índice de criminalidade na cidade. Os políticos voaram por cerca de uma hora pelas comunidades do Frade, Areal, Belém e Camorim — regiões dominadas pelo crime.
"Ele veio (para o sobrevoo) e a pauta foi segurança pública. Essa ação vai continuar por tempo indeterminado aqui na cidade", disse Jordão.
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À reportagem, Jordão disse que, em parceria com o governo do estado, o 33º Batalhão da PM vai receber um blindado. "Vamos comprar juntos (o blindado). O governador prometeu também aumentar o efetivo e do armamento dos policiais. Ele demonstrou empenho aqui pela nossa região", disse o prefeito.
Sobre a aeronave da Core que atirou para baixo, o prefeito disse que os tiros foram contra uma barraca de drogas que funcionava no Areal. Segundo ele, ninguém se feriu.
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Aumento da violência
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O aumento da criminalidade em Angra dos Reis fez com que, em agosto do ano passado, o prefeito decretasse situação de emergência na área da segurança pública. "A grave situação enfrentada pela nossa cidade está cerceando o direito fundamental de ir e vir dos cidadãos, impedindo que serviços públicos essenciais sejam realizados em determinadas localidades controladas pelo tráfico. A situação está insustentável. Não podemos aceitar isto", disse o prefeito através de comunicado enviado pela assessoria de comunicação à época.
Ainda segundo a nota, a insegurança na cidade poderia resultar no pedido de desligamento das usinas nucleares. Após a Intervenção Militar no Rio chegar ao fim, em dezembro do ano passado, o decreto foi revogado.
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No ano passado, 245 pessoas morreram por conta da violência na cidade. Nos primeiro quatro meses deste ano o número já chega a 48.
Entenda
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A guerra em comunidades da cidade começou quando, em meados do ano passado, o Comando Vermelho (CV) decidiu avançar em regiões dominadas pelo Terceiro Comando Puro (TCP) e a milícia. Criminosos oriundos de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio — expulsos pela milícia — migraram para a Costa Sul Fluminense. A comunidade do Frade, então, foi dominada pelo CV causando uma gerra que vem há meses assustando moradores e turistas.
Outra região dominada pelos criminosos é a Comunidade do Belém. Nesta área, o TCP é quem comanda. Para não perder o controle, a solução encontrada pelos bandidos foi uma aliança com criminosos do Morro do São Carlos, no Estácio, Zona Norte do Rio, após uma tentativa de invasão do CV. Bandidos da Comunidade Belém estão em guerra com criminosos rivais, que atualmente dominam as comunidades do Frade e do Areal.