Alunos de instituições federais do Rio fazem protesto contra corte de verbas na Educação durante participação de Jair Bolsonaro em cerimônia de 130 anos do Colégio Militar - Delmiro Junior/Parceiro/Agência O Dia
Alunos de instituições federais do Rio fazem protesto contra corte de verbas na Educação durante participação de Jair Bolsonaro em cerimônia de 130 anos do Colégio MilitarDelmiro Junior/Parceiro/Agência O Dia
Por MARIA LUISA MELO
Rio - Cerca de 180 alunos da Educação Infantil do Colégio Pedro II de Realengo, na Zona Oeste da cidade, não recebem mais merenda escolar desde a última segunda-feira. Segundo pais dos estudantes, que tem entre 3 e 6 anos, o problema é recorrente: começou em dezembro do ano passado, mas depois foi normalizado. Em abril deste ano voltou a acontecer. E , agora, um comunicado enviado aos pais pede que as famílias providenciem lanches. A medida revoltou os responsáveis.
"Isso está acontecendo justamente na unidade de Realengo, onde há muitas crianças carentes que não tem como almoçar fora da escola", reclama o músico Téo Cordeiro, de 36 anos, pai de um aluno de 6 anos. Ele conta ainda que o problema está atrelado à falta de verba.
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"Recebemos a informação de que os alimentos para o preparo da merenda chegam. Mas o pagamento da empresa que fornece as merendeiras está atrasado. Por isso, não tem quem faça a comida. Isso é muito preocupante para todos nós. Porque, se antes desse corte (de R$ 18,5 milhões) nós já estamos tendo problemas para pagar as firmas de terceirizados, os próximos meses devem ser ainda piores", critica.
Moradora de Costa Barros, a dona de casa Mayra da Silva, de 38 anos, conta que, diante da falta de merenda, dá almoço para seu filho de 5 anos às 10h30, antes de levá-lo à escola.
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"Tem pouco mais de um ano que meu filho estuda no Pedro II de Realengo e já é a segunda vez que isso acontece. É um absurdo e eu espero que seja resolvido. Porque nem todos os alunos tem alternativa à falta de merenda", reclama.
Procurada, a direção do colégio nega que os alunos estejam sem merenda. Mas admite problemas com a empresa terceirizada Total Clean Comércio, que fornece as merendeiras para a unidade.
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A responsabilidade pelo atraso no pagamento das funcionárias é atribuído à empresa que não estaria realizando " o pagamento salarial de seus contratados", segundo nota enviada à redação. Ainda de acordo com o texto, "o Colégio está apurando os fatos e já iniciou os trâmites para a contração de uma nova empresa fornecedora do referido serviço". A unidade não informou, no entanto, quando a merenda será normalizada.
A redação tentou contato com a empresa Total Clean, mas ninguém foi encontrado.