Entrada da Favela do Cloro: portão será retirado para colocar a cancela - reprodução
Entrada da Favela do Cloro: portão será retirado para colocar a cancelareprodução
Por O Dia
Rio - Uma cancela na entrada da rua, câmeras para vigiar moradores e cobrança mensal de R$ 35 por residência. A nova imposição anunciada nesta semana pela milícia que atua na Favela do Cloro, no Itanhangá, vizinha à Muzema, na Zona Oeste, está revoltando moradores. 
Segundo eles, durante uma reunião promovida por integrantes do grupo criminoso, nesta semana, houve o aviso de que a pequena favela localizada na Estrada do Itanhangá, no número 1.103, ficará de cara nova. E o custo recairá sobre os moradores.  
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"A milícia sempre cobrou R$ 50, por semana, dos comerciantes. Mas não cobravam de moradores. Agora, cada casa terá que pagar R$ 35. Seremos obrigados a financiar uma cancela com um homem tomando conta de quem entra e de quem sai, e câmeras para vigiar a nossa vida. Cada dia que passa somos mais vigiados. Eles (os milicianos) sabem todos os nossos passos. A polícia precisa fazer alguma coisa urgentemente", denuncia uma moradora que, por segurança, pediu anonimato. 
Quem chega na Estrada do Itanhangá, na altura da Favela do Cloro, se depara com diversos prédios, alguns de até seis andares. A entrada na pequena rua, no número 1.103, revela 80 edifícios e quatro casas. Moradores contam ainda que, ontem, homens começaram a medir o espaço onde será instalada a cancela. Segundo eles, um antigo portão de ferro, feito por moradores, será retirado. "Não temos com quem reclamar. Até a associação de moradores é envolvida", completa a moradora.
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Investigação 
Titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), a delegada Adriana Belém, que já investiga o grupo criminoso que atua em todo o Itanhangá, garante que a denúncia dos moradores será investigada. "Se colocarem a cancela, faço uma operação e derrubo! Estamos trabalhando muito naquela região do Itanhangá. Os moradores não devem pagar nada para os milicianos. Eu sei que o dia a dia ali é difícil, mas a população pode contar com o apoio da polícia", informou. 
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Segundo a delegada, o grupo que atua ali é o mesmo que age nas vizinhas Muzema e do Rio das Pedras. "É o Escritório do Crime. Estamos trabalhando numa força-tarefa com a Draco-IE (Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais), que tem investigações avançadas naquela região", disse. 
A delegada avisa que disponibilizou cinco números de telefone, incluindo o de sua sala, para receber as denúncias. O anonimato é garantido. "As pessoas têm muito medo de denunciar. A maioria não vai à delegacia. Me escrevem cartas. Tenho recebido cerca de dez correspondências por dia, com muitas denúncias. Estamos investigando todas", acrescentou.
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Todos os cinco nomes e respectivas fotos, denunciadas por moradores, de supostos envolvidos com o crime organizado na região, foram encaminhados à delegada Adriana Belém.
Saiba onde e como denunciar:
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- DISQUE DENÚNCIA: 2253- 1177.
- 16ª DP (Barra da Tijuca):
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Endereço: Praça Desembargador Araújo Jorge, s/nº, Largo da Barra
2333-6367 (Plantão)
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2333-6373 (delegado-titular)
2333-6302 (delegado-adjunto)
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2333-6308 (cartório)