Rodrigo Luppi é acusado de crimes contra a ordem econômica   - ReproduÇÃO
Rodrigo Luppi é acusado de crimes contra a ordem econômica ReproduÇÃO
Por O Dia
Rio - Uma usina de etanol que é um barril de pólvora. A frase parece incendiária, mas resume o atual momento Canabrava, em Campos dos Goytacazes. Enquanto o arrendatário da companhia faz festa para celebrar a safra 2019 e é investigado por diversas esferas da justiça, um fundo de investimento questiona o gestor. Uma briga que se confunde com a já conturbada história da Canabrava.
O DIA teve acesso a ações e processos movidos pelo Fundo de Investimento Bioenergia, que reivindica a gestão da usina. A administração está nas mãos da RLO Solução Empresarial - Consultoria e Assessoria Eireli, na figura de Rodrigo Luppi de Oliveira. Ele é o arrendatário judicial da Canabrava desde abril de 2018, após decisão da 4ª Vara Trabalhista de Campos.
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O fundo é o principal acionista da usina e contestou a sentença que decidiu o arrendamento. Segundo uma fonte de dentro da empresa, o passado de Rodrigo Luppi. “O fundo se posicionou contra, primeiro porque detinha uma proposta de compra do negócio por parte de um investidor, segundo porque sabia da terrível fama do Rodrigo”, conta.
Foi com a RLO à frente que a Canabrava foi interditada duas vezes depois que a ANP descobriu 16 milhões de litros de etanol contaminados com metanol vindos da usina. Além disso, Luppi é acusado pela 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias por crimes contra a ordem econômica e não se apresentou nem foi encontrado pela justiça por oito anos.
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Ele ainda é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério Público estadual (MPRJ) por supostos crimes praticados durante sua gestão no comando da Canabrava. Entre as suspeitas, produção e comercialização de combustível adulterado, captação de recursos públicos e desvio de capital entre 2012 e 2016.
Mesmo assim, o juiz da 2ª Vara do Trabalho de Campos, Claudio Victor de Castro Freitas, devolveu a Canabrava à Rodrigo Luppi. Por e-mail o magistrado alega que “o arrendamento foi homologado por proposta apresentada como a única viável à época e, ao que parece, vem funcionando de forma perfeita dentro dos termos propostos”.
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O fundo Bioenergia, contudo, contesta justamente o modo de gestão da RLO na Canabrava. “Após o arrendamento, a usina passou a ser sangrada pelo Rodrigo, pois ele vende toda a produção de etanol por um preço subsidiado para a distribuidora de sua família. Está transferindo todo o lucro para a distribuidora e arruinando a usina”, acusa a fonte ouvida pelo DIA.
Seria uma forma de minimizar a obrigatoriedade de repasses para abater as dívidas com ex-funcionários. Por lei, uma porcentagem do faturamento da Canabrava deve ser direcionada diretamente para o pagamento de ações trabalhistas.
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Ao mesmo tempo, a distribuidora beneficiada em questão seria a Minuano, com sede em Duque de Caxias. A empresa está no nome da mãe de Luppi, Roxane, Arlezer Luppi de Oliveira, e também é suspeita de crimes contra a ordem tributária. Entre eles, trazer etanol de São Paulo e Minas Gerais em caminhões-tanque com nota fria e sem licenças ambientais do Ibama e do Inea.
A Minuano, inclusive, é a principal patrocinadora da Território Motosport, escuderia que participa de ralís com veículos UTV (veículos recreativos que parecem um quadriciclo fechado) - inclusive no famoso Rally dos Sertões. Luppi é um dos pilotos e dono da equipe. A reportagem procurou a usina Canabrava mas não conseguiu contato com a assessoria de imprensa, nem com Rodrigo Luppi.
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Gestão contestada
Composto por credores e ex-diretores da usina, o Fundo de Investimento em Participações Bioenergia Multiestratégica é o maior e principal acionista do Grupo Canabrava. Mesmo assim, o antigo controlador da empresa, Ludovico Tavares Giannatasio, conseguiu colocar a RLO e Rodrigo Luppi no comando da empresa, em 2015.
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A usina foi interditada por duas vezes e Luppi foi afastado. Voltou em abril de 2018 por decisão da Justiça do Trabalho, também contestada pela Bioenergia. Em uma das ações às quais o DIA teve acesso, o fundo de investimento diz que, até fevereiro de 2019, não havia recebido qualquer informação contábil da companhia e que a RLO não responde às inúmeras notificações.
Giannatasio construiu a usina em 2012, em uma época na qual o segmento sucro-alcooleiro vivia grave crise e várias usinas do Norte Fluminense fechavam as portas. Mesmo assim, capitaneou R$ 700 milhões em investimentos, principalmente de fundos de pensão - em especial Petros e Postalis.
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Uma usina de etanol que é um barril de pólvora. A frase parece incendiária, mas resume o atual momento Canabrava, em Campos dos Goytacazes. Enquanto o arrendatário da companhia faz festa para celebrar a safra 2019 e é investigado por diversas esferas da justiça, um fundo de investimento questiona o gestor. Uma briga que se confunde com a já conturbada história da Canabrava.
O DIA teve acesso a ações e processos movidos pelo Fundo de Investimento Bioenergia, que reivindica a gestão da usina. A administração está nas mãos da RLO Solução Empresarial - Consultoria e Assessoria Eireli, na figura de Rodrigo Luppi de Oliveira. Ele é o arrendatário judicial da Canabrava desde abril de 2018, após decisão da 4ª Vara Trabalhista de Campos.
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O fundo é o principal acionista da usina e contestou a sentença que decidiu o arrendamento. Segundo uma fonte de dentro da empresa, o passado de Rodrigo Luppi. “O fundo se posicionou contra, primeiro porque detinha uma proposta de compra do negócio por parte de um investidor, segundo porque sabia da terrível fama do Rodrigo”, conta.
Foi com a RLO à frente que a Canabrava foi interditada duas vezes depois que a ANP descobriu 16 milhões de litros de etanol contaminados com metanol vindos da usina. Além disso, Luppi é acusado pela 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias por crimes contra a ordem econômica e não se apresentou nem foi encontrado pela justiça por oito anos.
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Ele ainda é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério Público estadual (MPRJ) por supostos crimes praticados durante sua gestão no comando da Canabrava. Entre as suspeitas, produção e comercialização de combustível adulterado, captação de recursos públicos e desvio de capital entre 2012 e 2016.
Mesmo assim, o juiz da 2ª Vara do Trabalho de Campos, Claudio Victor de Castro Freitas, devolveu a Canabrava à Rodrigo Luppi. Por e-mail o magistrado alega que “o arrendamento foi homologado por proposta apresentada como a única viável à época e, ao que parece, vem funcionando de forma perfeita dentro dos termos propostos”.
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O fundo Bioenergia, contudo, contesta justamente o modo de gestão da RLO na Canabrava. “Após o arrendamento, a usina passou a ser sangrada pelo Rodrigo, pois ele vende toda a produção de etanol por um preço subsidiado para a distribuidora de sua família. Está transferindo todo o lucro para a distribuidora e arruinando a usina”, acusa a fonte ouvida pelo DIA.
Seria uma forma de minimizar a obrigatoriedade de repasses para abater as dívidas com ex-funcionários. Por lei, uma porcentagem do faturamento da Canabrava deve ser direcionada diretamente para o pagamento de ações trabalhistas.
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Ao mesmo tempo, a distribuidora beneficiada em questão seria a Minuano, com sede em Duque de Caxias. A empresa está no nome da mãe de Luppi, Roxane, Arlezer Luppi de Oliveira, e também é suspeita de crimes contra a ordem tributária. Entre eles, trazer etanol de São Paulo e Minas Gerais em caminhões-tanque com nota fria e sem licenças ambientais do Ibama e do Inea.
A Minuano é uma das patrocinadoras da Território Motosport, escuderia que participa de ralís com veículos UTV (veículos recreativos que parecem um quadriciclo fechado) - inclusive no famoso Rally dos Sertões. Luppi é um dos pilotos da equipe. A reportagem procurou a usina Canabrava mas não conseguiu contato com a assessoria de imprensa, nem com Rodrigo Luppi. 
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Errata
Ao contrário do que foi publicado originalmente na reportagem, Luppi não é dono da Território Motorsport. Por meio de nota, a empresa diz que "o piloto Rodrigo Luppi, um dos integrantes, não é proprietário da equipe e nem a Minuano é patrocinadora principal do time" e que "assim como Luppi, há outros pilotos empresários, também integrantes da equipe, que adesivam os carros, uniformes, camisetas, bonés com logotipos de suas empresas, e isso não conota necessariamente vínculo de parceria ou patrocínio com a equipe".
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