Manifestantes protestam no Centro do Rio contra cortes na educação
Ministério da Educação anunciou um bloqueio de 30% nos repasses a instituições federais em todo o Brasil
Rio - Milhares de manifestantes protestaram contra os cortes do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do ministro da Educação Abraham Weintraub na educação, na tarde desta quarta-feira, no Centro do Rio. Com cartazes e gritos de ordem, os militantes se concentraram na Candelária às 15h, e seguiram em passeata, por volta das 17h50, para a Central do Brasil.
O protesto chegou pouco antes das 19h na Central. Já na dispersão da manifestação, por volta das 19h30, houve um princípio de confusão e a Polícia Militar lançou bombas de efeito moral. Sacos de tinta vermelha foram jogados na fachada do Panteão Duque de Caxias, em frente ao Comando Militar do Leste, e uma pichação foi feita: "Oitenta tiros. Exército assassino", em referência ao assassinato do músico Evaldo Rosa, em Guadalupe, no dia 2 de abril.
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Em seguida, fogos e bombas foram ouvidos. Um ônibus foi queimado, na esquina da Presidente Vargas com a Avenida Passos. O Corpo de Bombeiros só conseguiu chegar ao local após o veículo estar completamente incendiado.
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O protesto reuniu universitários, alunos do Ensino Médio, pais, docentes, entre outros. De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe) e movimentos sociais, pelo menos 250 mil pessoas participaram do ato. A PM não informou a estimativa do público.
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Os cortes na educação foram anunciados logo depois da decisão do governo federal em não financiar mais os cursos de sociologia e filosofia. Na ocasião, a justificativa apresentada foi de que os estudos sobre estas pontos não trariam retornos efetivos à sociedade.
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A estudante de Gastronomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Victoria Rattis, de 22 anos, ficou indignada com as declarações do presidente. "As falas só mostram que ele desconhece o ambiente universitário. Conheço gente que conta moeda pra pagar o bandejão que custa R$ 2", disse a universitária. "Quase 100% dos universitários estão ali com a intenção de produzir conhecimento e de melhorar a sociedade", completou.
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Para a Juliana Braga, 22 anos, estudante de Nutrição da UFRJ, "é um absurdo a instituição ter R$ 114 milhões a menos". "Tira a tesoura da mão, tira a tesoura da mão, investe na educação", é um dos gritos de ordem mais cantados pelos manifestantes.
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Nesta manhã, aconteceram aulas públicas de núcleos de pesquisa das universidades federais na Praça XV e houve movimentação em outros pontos da cidade, onde estudantes e docentes se reuniram antes de seguir para a Candelária.
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Estágio de atenção
O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que a cidade segue em estágio de atenção devido à manifestação no Centro. O município entrou em estágio de atenção às 22h55 de terça-feira, por causa do avanço de uma frente fria, que provocou chuva, ventos e raios. A chuva já perdeu força, mas ainda há previsão para as próximas horas. A cidade retornou ao Estágio de Normalidade, às 22h desta quarta-feira informou o COR na noite desta quarta-feira.
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Por causa da manifestação, as seguintes vias foram interditadas:
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- Avenida Presidente Vargas, nos dois sentidos, na altura da Candelária;
- Avenida Rio Branco a partir da altura da Av. Presidente Vargas;
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- Pista central da Av. Presidente Vargas, no sentido Candelária, a partir da altura da Biblioteca Parque. O desvio do trânsito é feito para a pista lateral, onde os motoristas são direcionados para acessar a Avenida Passos. A pista lateral da Av. Pres. Vargas, no sentido Candelária, está interditada após o cruzamento com a Av. Passos.
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