No alto, oito dos nove faxineiros presos pela polícia. 
Ao lado, parte dos produtos desviados pela quadrilha - Foto enviada ao WhatsApp do DIA
No alto, oito dos nove faxineiros presos pela polícia. Ao lado, parte dos produtos desviados pela quadrilhaFoto enviada ao WhatsApp do DIA
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Nove faxineiros da Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio, foram presos na tarde desta sexta-feira, acusados de furtar mais de uma tonelada de produtos apreendidos em operações policiais das delegacias de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) e de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC). O material desviado ficava dentro do depósito da Polícia Civil, na Cidade da Polícia (Cidpol).
Foi preciso um carro da polícia para levar os produtos roubados para a Cidpol - Whatsapp O DIA / 98762-8248
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Alguns dos acusados foram presos dentro da Cidpol e outros, em casa. Os materiais desviados foram encontrados dentro dos armários dos funcionários e nas residências deles, em vários bairros do Rio. Foi preciso uma caminhonete para levar para a Cidade da Polícia o material apreendido na operação.
O delegado Maurício Demétrio, titular da DRCPIM, classificou os funcionários da Provac — presos durante a ação — como “uma quadrilha” que estava infiltrada na Polícia Civil para roubar. “Era um grupo que se passava por faxineiros para cometer crimes. Eles desviaram mais de uma tonelada de produtos apreendidos que estavam na Cidade da Polícia”, contou Demétrio.
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Um delegado chefe de uma especializada, que pediu anonimato, contou que se sentiu enganado pelos funcionários — já que todos tinham livre acesso às delegacias que funcionam na Cidade da Polícia. “É lamentável e muito triste. Pessoas que se passavam por humildes e estavam entre nós praticando crimes”, contou o policial que não acreditou na prisão dos faxineiros.
Segundo as investigações, um dos presos confessou que já havia até montado uma barraca, na Grota, no Complexo do Alemão, também na Zona Norte, para vender os produtos furtados. Entre as mercadorias estão cigarros, roupas, bonés, mochilas e equipamentos eletrônicos. Na ação, também foram encontradas armas de brinquedo. 
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Segundo fontes da Polícia Civil, as investigações começaram quando o delegado-titular da DRCPIM, Mauricio Demétrio, começou a sentir faltas de mercadorias apreendidas que estavam no depósito da Cidade da Polícia. Ele, então, colocou câmeras escondidas e flagrou os funcionários roubando os produtos.
Entre os produtos roubados estão objetos eletrônicos - Whatsapp O DIA / 98762-8248
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Os presos vão responder por organização criminosa; peculato; adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. A Polícia Civil vai investigar se os dois simulacros encontrados com os presos foram desviados de outra especializada.
O grupo é funcionário da Provac, que presta serviço para a Polícia Civil. Procurada, a empresa informou que marcou uma reunião com a chefia da corporação, na próxima semana, para discutir o caso. Todos os nove funcionários foram demitidos da empresa.