Armando Paiva / Agencia O Dia - Armando Paiva
Armando Paiva / Agencia O DiaArmando Paiva
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Enfim, a saga da cabeleireira Cleusa Ferreira da Cruz, de 51 anos, conhecida como Cleusa "de mala e cuia" chegou ao fim na manhã de ontem. A aflição durou até os últimos minutos. Denilson Florêncio só apareceu no local uma hora e meia após o combinado, às 9h30. "É a quarta vez que ele faz isso. Eu vou lá na casa dele, se ele não aparecer", dizia a cabeleireira aos prantos na porta do cartório. Sem falar nada, o ex-marido chegou ao cartório da Taquara, assinou os papeis e não trocou uma palavra com Cleusa. Terminado o trâmite, Cleusa não escondeu a sua felicidade e seu alívio e comemorou com champanhe e chuva de papel picado os primeiros passos da liberdade para O DIA

Galeria de Fotos

Armando Paiva / Agencia O Dia Armando Paiva / Agncia O Dia
Armando Paiva / Agencia O Dia Armando Paiva / Agncia O Dia
Armando Paiva / Agencia O Dia Armando Paiva / Agncia O Dia
Armando Paiva / Agencia O Dia fotos de Armando Paiva / Agncia O Dia
Armando Paiva / Agencia O Dia Armando Paiva / Agncia O Dia
Armando Paiva / Agencia O Dia Armando Paiva / Agncia O Dia
Armando Paiva / Agencia O Dia Armando Paiva
Armando Paiva / Agencia O Dia Armando Paiva / Agncia O Dia
Armando Paiva / Agencia O Dia Armando Paiva / Agncia O Dia
Armando Paiva / Agencia O Dia Armando Paiva / Agncia O Dia
Armando Paiva / Agencia O Dia Armando Paiva / Agncia O Dia
Publicidade
"Estou solteira. Acabou essa tortura", comemorou, com os papéis em mãos, a mulher que deixou o luto para trás e agora quer uma vida multicor. Toda de preto, a cabeleireira contou que quer enterrar o casamento com Denilson e viver uma nova vida. Durante a assinatura, ela foi de mala e cuia para o cartório caso o ex-marido não aparecesse. “Esse é o casamento que eu quero sepultar. Estou de preto, pois hoje é um dia fúnebre", afirmou.
Depois que se tornou famosa, a vida de Cleusa mudou totalmente. Mãe de quatro filhos, a mulher guerreira que sempre lutou para conseguir seus objetivos tem visto sua vida mudar. Até conhecer seu ídolo, o cantor Leonardo, ela conseguiu. No último sábado, O DIA promoveu o encontro dela com o artista. Depois do divórcio, a cabeleireira espera que coisas boas continuem a acontecer em sua vida e promete ajudar as mulheres que querem o fim de um relacionamento. "Muitas mulheres têm se identificado com a minha causa. Uma criança me ligou pedindo que eu pedisse ao pai dela para assinar o divórcio da mãe, que está triste. Eu estou inspirando varias mulheres. E hoje eu consegui o meu divórcio. Eu sou a nova solteirinha do pedaço e vou ajudar muitas mulheres", completou.
Publicidade
Apoio dos internautas
Na porta do cartório, dezenas de pessoas cumprimentavam Cleusa e perguntava se, enfim, o divórcio sairia. Uma das que pararam e saudaram a cabeleireira foi a cuidadora de idosos Maria Helena de Almeida, 59. “Cleusa, é hoje que esse divórcio sai?”, indagou a mulher. Maria Helena contou que acompanhou a saga da cabeleireira para conseguir o divórcio. “Eu queria mesmo é que ela fosse para a casa do Denilson. No entanto, fico feliz que ela tenha assinado a separação”, afirmou. "Durante todos os últimos dias, eu não perdi nenhuma postagem da Cleusa”, completou.
Publicidade
Outra que saiu do trabalho — ao lado do cartório — para tirar fotos e dizer que acompanha Cleusa foi a auxiliar de escritório Juliana Rufino, 37. “Você é uma guerreira. Merecia resolver esse imbróglio”, disse Juliana à Cleusa: "A rede social serve para muitas coisas, inclusive para expor as indignações (das pessoas). Tem muita gente que acha que é exposição, mas não acho. Se ela não tivesse feito aquela postagem, acho que a separação não iria sair”, brincou.
Cleusa, uma mulher guerreira
Publicidade
Filha de um pedreiro e de uma dona de casa, Cleusa Ferreira da Cruz, nasceu em Formosa, em Goiás, em 3 de março de 1968. Aos dezesseis anos, desembarcou no Rio, de mala e cuia, com um sonho: jogar futebol. Filha número quatro de dez irmão, por vezes, ela treinou no Bangu, entretanto, seus tios o proibiram de realizar o sonho. Aos 17 anos, então, começou a trabalhar em casas de família na Barra da Tijuca. Em 1984, ela conheceu Denilson, seu primeiro marido, no baile Sargento de Cascadura.
Durante três anos, o amor era lindo. Em 1988, eles se casaram e foram morar em Cascadura, quando o primeiro filho do casal nasceu. Após algum tempo, o relacionamento acaba e, em 1992, a mulher vai morar na casa de uma patroa na Barra. "Até a separação, ficamos um tempo legal. Só que tivemos que mudar de casa. Saímos de Cascadura e fomos para Campinho. Aí começou a não dar certo. Eu peguei e saí de casa, pois não era a minha casa. Fui de mala e cuia para a casa dos meus patrões. Lá fiquei por lá cerca de 15 dias até eu ir para Rio das Pedras", completou.
Publicidade
"Nesses anos todos, passei por muita coisa. Eu sempre meti as caras. Sempre tomei as iniciativas. Lá (no Rio das Pedras) entrei para a minha casa sem porta, janela, banheiro e sem luz, mas ali era a minha casa. Moro lá até hoje", lembrou. Cleusa já foi professora de balé — sem ter aprendido a dança — e criou vários projetos sociais. Em agosto ela deverá viajar aos Estados Unidos para palestrar sobre um projeto que tem, na comunidade onde mora.