Líder do Comando Vermelho (CV), Beira-Mar tem como atual residência, há dois anos, o presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte - Reprodução / Record TV
Líder do Comando Vermelho (CV), Beira-Mar tem como atual residência, há dois anos, o presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do NorteReprodução / Record TV
Por GUSTAVO RIBEIRO

As mortes por intervenção de agentes do Estado — suspeitos mortos em confrontos com a polícia — cresceram 23% em abril de 2019, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Já o índice de vítimas de homicídios dolosos (quando há a intenção de matar) teve queda de 25%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).

As mortes por intervenção policial saltaram de 101, em abril de 2018, para 124 no mês passado. Os homicídios dolosos caíram de 476 para 356. O IPS destacou que as apreensões de fuzis foram as maiores registradas nos últimos doze anos no acumulado de janeiro a abril: 187 foram retirados das ruas nos últimos quatro meses pelas polícias.

Por meio do Twitter, o governador Wilson Witzel comemorou os resultados. "Nesses primeiros quatro meses da minha gestão, os números do ISP mostram a eficiência da nossa política de segurança contra os narcoterroristas e a máfia das milícias. Este é só o início. Continuarei no combate à criminalidade", afirmou.

Para o coronel Ubiratan Ângelo, ex-comandante da PM do Rio, não há muito o que celebrar. Segundo o especialista, o crescimento de mortes provocadas por intervenção policial reflete o aumento do controle da polícia em territórios dominados pelo crime organizado e, portanto, de confrontos. Entretanto, em sua avaliação, a política de segurança não tem sido suficiente para frear a atividade criminosa.

"O Estado aumentou seu controle territorial, mas não acabou com os fatores que determinam que as armas estejam nas mãos dos criminosos", avaliou Ubiratan. Para ele, tem faltado agir na desmobilização das diversas atividades econômicas ilícitas praticadas nos territórios dominados por tráfico e milícia.

Em abril, os assaltos de rua (roubo a transeunte, roubo em coletivo e roubo de aparelho celular) subiram de 11.049 para 11.067. Mas em comparação com março houve queda de 7%. O ISP ressaltou que as mortes em ações policiais vêm caindo. Em janeiro, foram 160 casos do tipo, 145 em fevereiro e 129 em março.

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