O deputado Vandro Família foi um dos alvos das buscas feitas pela DHBF - Reprodução / Facebook
O deputado Vandro Família foi um dos alvos das buscas feitas pela DHBFReprodução / Facebook
Por O Dia
Rio - Policiais civis da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) fizeram nesta terça-feira uma operação contra um grupo de extermínio que atua em Magé. Um dos alvos foi o deputado estadual Vandro Lopes Gonçalves, o Vandro Família (SD), de 41 anos. 
Vandro também é sargento da PM, foi vereador (de 2013 a 2017) e vice-prefeito de Magé (2017-2018) e é um dos aliados do governador Wilson Witzel (PSC) na Assembleia Legislativa (Alerj). O segurança do parlamentar, o policial militar Alexander Moura Silva, foi preso no final da ação.
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No início do mês, quando o governador do estado aumentou o valor do Regime Adicional de Serviço (RAS) pago aos policiais militares e civis, Vandro apareceu em um vídeo ao lado de Witzel, que o agradeceu pelo seu apoio na Alerj; assista!
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O grupo do qual Vandro Família faz parte é investigado pela morte de Paulo Henrique Dourado Teixeira (PTB), o Paulinho P9, 33, em março do ano passado. Paulinho P9 era adversário político do deputado no município da Baixada, chegando, inclusive, a denunciar um esquema de licitações fraudulentas na Prefeitura de Magé, envolvendo Vandro e o empresário Fabiano Florim. O nome da ação de hoje, Operação P9, é um alusão a ele.
Na operação, os policiais cumpriram 20 mandados de busca e apreensão em endereços da quadrilha, inclusive na residência do deputado, seus seguranças, bem como na casa de empresários ligados ao esquema denunciado por P9. 
Arma encontrada durante a operação desta manhã - Divulgação / Polícia Civil
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As buscas foram feitas na capital, em Magé, Guapimirim, Piabetá, São Pedro D'Aldeia e Petrópolis. De acordo com o último balanço, foram apreendidos celulares, computadores, carregadores com munições calibre .380, um revólver 38 e anotações.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações revelaram a existência de uma organização criminosa que tentava manter em sigilo diversos procedimentos administrativos dos envolvidos com a Prefeitura de Magé. A partir do momento em que P9 formalizou denúncias, virou alvo da quadrilha.
Paulinho P9 foi assassinado em março do ano passado - Reprodução / Facebook
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Em 2012, Vandro Família foi preso em uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE) contra a milícia da localidade de Fragoso, em Magé. Vandro é considerado o chefe da milícia.
No ano passado, o Ministério Público do Rio (MPRJ) pediu a cassação do mandato de Vandro como vice-prefeito e do prefeito de Magé, Rafael Santos de Souza, o Rafael Tubarão (PPS). Eles são suspeitos de distribuir cestas básicas aos servidores do município. Na ocasião, os procuradores pediram também que eles fiquem inelegíveis por oito anos.
Material encontrado durante a operação - Divulgação / Polícia Civil

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OUTRO LADO
Procurado pelo DIA, o deputado disse, através de nota, que confia na Justiça e que aguarda o resultado das investigações. "Quanto aos fatos alegado pelo delegado, segundo os quais o deputado supostamente chefiava grupo de milícia, em 2012, convém esclarecer que Vandro Família foi impronunciado, ou seja, a Justiça concluiu que as acusações contra o deputado eram falsas, conforme consta na certidão de inteiro teor do processo disponível na página oficial do deputado no Facebook".
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Sobre as investigações da morte de P9, a nota diz ainda que "o deputado já prestou os esclarecimento que lhe cabiam não tendo qualquer conhecimento acerca dos fatos a ele imputados".
Também em nota, o Solidariedade disse que "confia na Justiça e no amplo direito à defesa e no contraditório e aguarda o resultado das investigações".
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Perguntado sobre o vídeo do governador ao lado de Vandro, a assessoria de imprensa do governo do estado disse, através de comunicado, que na ocasião do aumento do RAS, "foram gravados vídeos com vários deputados estaduais com atuação na área de segurança, além dos secretários das polícias Civil e Militar.
A nota diz ainda que Witzel não tem acesso a investigações sigilosas. "O caso mostra que as polícias, em meu governo, têm liberdade para investigar. Como já disse, as investigações são feitas sobre quem quer que seja", o governador afirmou.
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A Polícia Militar informou que a "Corregedoria está acompanhando o caso".
Material encontrado durante a operação - Divulgação / Polícia Civil